Os partidos da oposição são-tomense introduziram nesta quarta-feira, 11, uma moção de censura ao Governo em que exige a presença do primeiro-ministro, Patrice Trovoada no Parlamento para debater o ataque ao quartel militar, ocorrido a 25 de Novembro e que resultou na morte de quatro pessoas que estavam sob a custódia de militares.
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Entretanto, oposição acusa o partido que sustenta o Governo, a Ação Democrática Independente (ADI), de ter inviabilizado o pedido para a realização do debate.
O líder parlamentar da ADI refuta as acusações.
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Em conferência de imprensa Jorge Bom Jesus, presidente do MLSTP/PSD e líder dos sete partidos da oposição com e sem assento parlamentar unidos no que chamam de “Frente Unida dos Partidos Políticos da Oposição”, adiantou os motivos da introdução da moção de censura contra o Governo.
“A ADI, o partido do Governo, inviabilizou o nosso pedido de debate parlamentar para interpelar o senhor primeiro-ministro sobre os acontecimentos de 25 de Novembro e os actos de tortura ocorridos no quartel, então a introdução desta moção de censura é um instrumento politico para forçar o chefe do Governo a ir ao parlamento”, disse Jorge Bom Jesus, que pediu celeridade ao Ministério Publico no esclarecimento dos acontecimentos classificados pelo Governo como tentativa de golpe de Estado.
Para o partido que sustenta o Executivo, a ADI, que tem 30 dos 55 deputados do Parlamento, o debate solicitado não faz qualquer sentido.
“Se o caso está entregue ao Ministério Público, o debate parlamentar só vai atrapalhar as investigações, foi isso que nós defendemos na conferencia dos líderes, que se deixe a justiça fazer o seu trabalho”, disse o líder parlamentar da ADI, José António Miguel, quem considera que "a oposição está no seu direito", quanto à introdução da moção de censura contra o Governo.
Na semana passada o Procurador Geral da Republica, Kelve Carvalho, afirmou que as investigações sobre este caso, apoiadas pela Polícia Judiciária portuguesa estão a decorrer a “muito bom ritmo” e que provavelmente os resultados serão divulgados antes do prazo de três meses estabelecido pela lei.