No dia em que São Tomé e Príncipe celebra 48 anos de Independência Nacional, certos sectores da juventude perguntam para que valeu a libertação do país.
“Não é porque estamos contra a independência, mas estamos a pretender reflectir sobre as consequências da independência”, diz Adélcio Costa, um jovem activista social, membro do auto-intitulado grupo de “Resistência de São Tomé e Príncipe".
Ele destaca que vários aspectos que apontam par a degradação social e económica ao longo dos últimos 48 anos.
Gerações antes e pós-independência têm também manifestado sentimentos de frustração e desilusão generalizada.
Veja Também Acordo São Tomé-Angola para pagamento de dívida é bom para ambos os países, dizem economistas angolanos“O que tem prevalecido em São Tomé e Príncipe são interesses individuais e de grupos”, afirma Filinto Costa Alegre, antigo líder da Associação Cívica, um dos movimentos políticos envolvidos do processo de libertação em 1975.
Ele lamenta a "destruição dos sonhos da luta de libertação".
Veja Também São Tomé e Príncipe: Cauê, onde falta quase tudo“Hoje nós estamos numa partidocracia e quando se institui a partidocracia grande parte da população fica de fora. Só os membros dos partidos que assumem o poder são vistos como cidadãos”, sublinha Costa Alegre, par quem não se olha para as competências agora.
"Colocam-se nos cargos de decisão pessoas que só vão fazer aquilo que o dirigente do partido mandar fazer”, critica o antigo dirigente da “Cívica”, alertando para a necessidade de se repensar São Tomé e Príncipe.
Veja Também Interesses individuais e falta de liderança entre as causas para 20 anos do MLSTP-PSD sem ganhar eleições“Não podemos pensar no desenvolvimento deste país sem ter em conta a sua pequinês. Temos Presidente da República, temos Primeiro Ministro, temos tantos ministros, tantas embaixadas, o exército e a polícia que temos para um país que não produz nada.“ Como vamos sustentar tudo isso? “, interrogou-se, defendendo novas atitudes na forma como o São Tomé e Príncipe tem lidado com os parceiros internacionais.
Em 48 anos de independência, o país viveu 15 anos de regime de partido único conduzido pelo MLSTP, agora MLSTP/PSD, dirigido por Manuel Pinto da Costa e 33 de multipartidarismo.
O progresso social e económico continua a ser o maior desavio do país que depende em mais de 90 por cento da ajuda internacional.
Com pouco mais de 200 mil habitantes, turismo, a pesca e a agriculturas são as principais fontes de rendimento do arquipélago de 1001 quilómetros quadrados.