O investimento no sistema nacional de saúde, ao logo dos 49 anos de independência do país,não está a dar frutos, dizem várias vozes são-tomenses, entre utentes e profissionais da área.
No geral, as estruturas sanitárias não reúnem condições para o atendimento dos pacientes, faltam especialistas e meios de diagnóstico.
A falta de especialistas “associada à limitação de meios técnicos laboratoriais e de imagiologia dificulta-nos a tomada de decisão e o tratamento mais adequado aos utentes,” disse Daniel Carvalho, médico assistente, do Hospital Central Dr. Ayres de Menezes, o único hospital da capital São-tomense.
Para mudar a situação, o bastonário da Ordem dos Médicos, Celso Matos, defende mais formação. Mas o analista Liberato Moniz avisa que a formação por si só não resolve o problema.
“Os médicos que fazem formação, sobretudo nos países do ocidente, não regressam, por falta de incentivos para trabalhar em São Tomé e Príncipe”, disse Moniz, sublinhando que “o mais grave é que os governantes não estão preocupados em criar condições para que esses quadros possam regressar”.
Veja Também STP: Analistas discordam que o país é menos corruptoMoniz criticou os sucessivos governos pelo facto de ao longo de cinco décadas não terem conseguido organizar o Sistema Nacional de Saúde.
“E eu acho que o problema não é dinheiro; é mais uma questão de credibilidade política para que as empresas possam investir com segurança na área da saúde”, disse o analista, contrariando a ministra da saúde, Ângela Costa, que indica a falta de recursos financeiros como o principal factor que impede a resolução dos problemas do sector da saúde em São Tomé e Príncipe.
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