Cinco dias após a alegada tentativa de golpe de Estado em São Tomé e Príncipe, a 25, aumentam pressões por respostas, com urgência.
Na terça-feira, 29, o antigo Presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, Delfim Neves, apontado como um dos autores morais do ataque ao quartel das Forças Armadas, foi posto em liberdade sob termo de identidade e residência.
O tribunal, entretanto, decretou prisão preventiva aos 12 militares acusados de envolvimento na alegada tentativa de golpe de Estado.
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O seu advogado Hamilton Vaz fala em "inventona" golpista e pede que se investigue o primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
“Vi bem o processo e há apenas citação ao nome de Delfim Neves por pessoas que morrem no quartel”, disse Hamilton Vaz que não avança qual a acusação que recai sobre o seu constituinte, mas, insiste que as investigações deveriam incidir-se sobre o Chefe do Governo.
“Ele é neste momento o maior suspeito desta ´inventona”, reforçou o advogado de Delfim Neves.
Para o analista Danilo Salvaterra, a comunidade internacional deve estar atenta à tendência de instalação de um regime ditatorial.
“Hoje, muitos opositores do poder vivem com medo em São Tomé”, alerta.
Moisés Viegas, antigo candidato à Presidência da República, considera que não existem razões para o medo.
“Eu vivo em São Tomé e não vejo qualquer motivo para medo. O que é preciso é uma investigação rápida para se esclarecer o caso”, defende Moisés Viegas.
Dentro e fora do país há também apelos para que se deixe a justiça concluir o seu trabalho.
Quem conhece bem o quartel não acredita que quatro civis desarmados consigam entrar naquelas instalações sem cumplicidade de quem se encontra lá dentro.
“Durante noite e dia o quartel está sempre bem vigiado e bem protegido. Eu não acredito nisto”, disse um antigo militar.
O assalto
Na madrugada do dia, 25, um grupo de quatro homens assaltou o quartel das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe e fez refém o oficial do dia que ficou gravemente ferido, de acordo com o Estado-maior do exército.
As autoridades governamentais e o Presidente da República, Carlos Vila Nova, anunciaram que tratou-se de uma tentativa de golpe de Estado com envolvimento de figuras políticas.
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Entre os autores Morais do ataque foram apontados Delfim Neves e Arlécio Costa, um antigo militar do ex-batalhão búfalo da África do Sul que acabou morrendo no quartel depois de ter sido detido pelos militares em sua residência.
Dos quatro assaltantes, segundo o Estado maior das Forças Armadas, três também faleceram depois de terem sido capturados com vida e neutralizados pelos militares.