As duas centrais sindicais de São Tomé e Príncipe vão submeter ao Governo uma nova proposta de salário mínimo da função pública de de 300 dólares face ao aumento do custo de vida provocado pela subida da inflação, introdução do Imposto Sobre Valor Acrescentado,(IVA) e a especulação de preços no país.
A Organização Nacional dos Trabalhadores (ONTSTEP) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) admitem o surgimento de convulsão social se o Governo não intervir para evitar a queda do poder de compra dos cidadãos.
“Tudo piorou com a última crise de combustíveis e a onda crescente de especulação de preços”, disse João Tavares, secretário-geral da ONTSTEP sublinhando que “os comerciantes, pescadores, taxistas e motoqueiros subiram tudo devido a recente crise dos combustíveis, mas não voltaram a baixam os preços após a normalização do fornecimento dos combustíveis”.
Veja Também Erro de cálculo provoca rombo milionário na segurança social são-tomenseAs duas centrais sindicais fizeram as contas e concluíram que só para a alimentação, um cidadão precisa de pelo menos 350 dólares por mês contra o actual salário mínimo de 110 dólares.
As duas centrais vão propor ao Governo um aumento do salário mínimo da função pública na ordem dos 300 por cento.
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“Ninguém deseja uma situação de instabilidade no país por isso temos todos que trabalhar para evitar isto”, disse João Tavares.
Entretanto, o Executivo, que já anunciou o congelamento dos salários durante o ano em curso, acredita que, com a isenção das taxas aduaneiras de produtos da cesta básica e um combate cerrado à especulação de preços é possível reverter a situação.
Veja Também Série: Vivendo com o salário mínimo em São Tomé e Príncipe“A escalada inflacionista é mundial, o aumento dos salários não vai melhorar a vida das pessoas. O que estamos a fazer é a adoptar medidas macroeconómicas, mas só que elas demoram a surtir efeitos”, afirma o ministro da Saúde, Trabalho e dos Assuntos Sociais, Célsio Junqueira.
Por seu lado, o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores, Costa Carlos, defende uma restruturação coerente e lógica da actual grelha salarial de forma aumentar o poder de compra dos mais desfavorecidos.
As centrais sindicais aguardam a convocação do Conselho de Concertação Social solicitado ao Governo.