O antigo ministro de Infraestruturas Recursos Naturais e Meio Ambiente do anterior Governo são-tomense, Osvaldo Abreu, cujo apartamento em Portugal foi alvo de tiros no dia 31 de Dezembro, diz que regressará ao país, apesar do que chama de "clima de medo e persiguição reinante”.
“Triste assustador e constrangedor”, foram os adjectivos utilizados por Abreu em entrevista à VOA para caracterizar o incidente ocorrido na sua residência em, Queluz, Portugal, na noite de passagem de ano.
“A janela do quarto foi perfurada por uma bala e quando tivemos acesso ao mesmo foi um grande susto. Chamei imediatamente a polícia”, disse o antigo ministro das Infraestruturas Recursos Naturais e Meio Ambiente do anterior Governo da coligação MLSTP-PSD, PCD, MDFM-UDD, sublinhando que a sua a família continua traumatizada até agora.
“Tanto é que hoje eu deveria viajar para São Tomé, mas, preferi ficar para dar mais atenção à família”, acrescentou Osvaldo Abreu.
Na queixa que apresentou à Polícia Judiciaria portuguesa, o antigo governante disse ter receio que o incidente tenha alguma relação com o que chamou de "massacre e assassinato de quatro cidadãos que ocorreu no quartel-general das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe a 25 de Novembro passado e que em seguida determinou a prisão de opositores políticos”.
“Ninguém pode ficar alheio ao que tem-se passado em São Tomé e Príncipe após os acontecimentos de 25 de Novembro”, acrescentou Abreu, sublinhando, entretanto que “não tem receio de regressar ao seu país, apesar do clima de medo e persiguição reinante”.
A Polícia Judiciária que tem agora em mãos este caso também está a auxiliar as autoridades são-tomenses na investigação dos acontecimentos de 25 de Novembro, classificados pelo Governo do arquipélago como tentativa de golpe de Estado.