A jovem pintora moçambicana aborda a crise moçambicana na sua nova exposição, no Centro Cultural Franco Moçambicano, em Maputo.
A exposição ´Status Quo´ "é uma reflexão de Moçambique agora, do estado emocional das pessoas sobre os diversos assuntos económicos, sociais e políticos", diz.
Nelsa detalha:“Preocupa-me a subida de preços. As pessoas estão angustiadas. Temos uma elite que tem muito ou de tudo, e isso preocupa a maioria que não tem nada”.
Na exposição “Status Quo”, continua, “é um pouco desta frustração que retrato. Não é só o meu ponto de vista; é uma visão sobre o que está a acontecer agora”
Ela acredita que através das artes, a mensagem pode alcançar a muitos, mesmo os que não apreciam pintura ou escultura.
“Acho que é uma plataforma necessária para procurar falar dos nossos problemas, procurar soluções colectivas (…) é necessário procurar meios de resolver”.
Sem apoio directo dos principais doadores, Moçambique enfrenta uma crise financeira desde meados de 2015.
Por outro lado, o país vive num conflito militar, após a recusa dos resultados das eleições de 2014 pela Renamo, alegando fraude da Frelimo, no poder.
Nas artes, diz Nelsa, o impacto da crise é já visível.
“O nosso material (de trabalho) está muito mais caro. Isso é já um grande problema, é uma limitação muito grande.”, reclama.
Mas em contrapartida , diz “é uma oportunidade para procurar outro material para reciclar”.
Acompanhe a conversa com Nelsa Guambe, artista moçambicana nascida em Chicuque, Inhambane, em 1987.
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