Somália: Familiares de civis mortos por tropas exigem pedido de desculpas

Familiares de vitímas, 25 de Agosto, 2017.

"Até que o governo admita que as vítimas eram civis inocentes, não as enterraremos", disse Ibrahim Qureysh, familiar de Ali Ibrahim, de 60 anos, um dos civis mortos no incidente.

Familiares e anciãos que protestam contra a morte de 10 civis numa alegada incursão de tropas somalis apoiadas por americanos dizem que os corpos das vítimas não serão enterrados até que os perpetradores se desculpem.

Numa conferência de imprensa em Mogadíscio, neste sábado, os mais de 300 líderes comunitários e familiares, acusaram as tropas somalis, acompanhadas por assessores militares dos Estados Unidos, de terem morto 10 civis numa fazenda, em Bariire a 55 quilómetros da cidade.

"Até que o governo admita que as vítimas eram civis inocentes, não as enterraremos", disse Ibrahim Qureysh, familiar de Ali Ibrahim, de 60 anos, um dos civis mortos no incidente.

Vitímas do incidente

"Nós nos encontramos com o primeiro ministro [Hassan Ali Khayre] na noite de sexta-feira e ele disse que o governo responderá ao massacre contra os civis em 24 horas e ainda aguardamos isso", disse Barlin Abdullaahi, familiar de outro civil morto.

Inicialmente, as autoridades disseram que as tropas haviam assassinado oito militantes de al-Shabab numa operação nocturna.

Declarações dos ministros de defesa e informação indicaram que as tropas do governo foram atacadas pelos jihadistas enquanto patrulhavam, insistindo que nenhum dos civis havia sido morto.

Mais tarde, o exército somali disse que as suas forças, apoiadas por tropas dos EUA, dispararam por engano contra 10 civis, incluindo três crianças.

O Comando dos Estados Unidos em África confirmou que as tropas americanas assistiram os Somalis na operação que resultou no incidente.

O governo somali convocou uma reunião de emergência para debater o assunto.