O Presidente da República da Guiné-Bissau vai demitir o Governo de Domingos de Simões Pereira, disseram à Voz da América fontes seguras. José Mário Vaz manteve a sua posição nas reuniões que manteve nesta sexta-feira, 7, com o corpo diplomático em Bissau, depois de ontem o primeiro-ministro ter acusado o chefe de Estado de provocar a instabilidade. Enquanto isso, o Presidente da República convocou o Conselho de Estado, mas a reunião foi interrompida para José Mário Vaz descolar-se a Dakar par se reunir com os seus homólogos do Senegal e da Guiné-Conacri.
A reunião de Dakar é uma ultima tentativa da Cedeao de tentar uma mediação entre o Presidente da República e o primeiro-ministro guineenses, antes de Vaz anunciar a demissão do Governo.
Fontes bem informadas garantem à VOA que o Chefe de Estado está decidido a fazer cair o Governo e convidar o PAIGC, partido que obteve maioria absoluta nas eleições de Abril de 2014,
Entretanto, tanto os deputados do partido maioritário no parlamento como fontes seguras garantem que, caso tal aconteça, o PAIGC vai voltar a indicar o nome de Domingos Simões Pereira.
Num discurso à Nação ontem, o primeiro-ministro avisou que vai recorrer a "todos os mecanismos e dispositivos legais e democráticos para preservar a ordem e evitar a interrupção desta caminhada do país rumo à paz e ao desenvolvimento".
Mais tarde, o Parlamento aprovou uma moção de confiança do Governo, a segunda em menos de dois meses, e o Palácio da República passou a conhecer uma movimentação rara.
Dezenas de membros do Movimento Nacional da Sociedade Civil, uma rede que engloba 152 organizações dirigiram-se ao local para manifestar apoio ao primeiro-ministro e pretende realizar uma megamanifestação na tarde de hoje, como disse à VOA o seu coordenador Jorge Gomes.
"Vamos continuar nas ruas, cada vez há mais pessoas, e iremos até às últimas consequèncias porque não vamos permitir que o Governo caia porque tem feito um bom trabalho", diz Gomes.
Os sindicatos já anunciaram que, caso o Presidente da República demita o Governo, vão parar o país com uma greve geral.
O jornalista e analista guineense Tony Tcheka considera a situação muita tensa e de consequências imprevisíveis, quando a Guiné-Bissau dava sinais de entrar numa fase de estabilidade constitucional e governativa.
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