Membros da sociedade civil sugerem um diálogo com Mariano Nhongo, líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, afim de acabar com os ataques que ainda se registam na zona centro do país.
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O último ataque na região aconteceu nesta terça-feira, 14, contra um centro de saúde, em Gondola, Manica.
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Delcio Alfazema, do Instituto para Democracia Multipartidária de Moçambique, sugere a integração dos homens da referida Junta Militar no processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR).
Alfazema disse que “é consensual que os moçambicanos não estão interessados em conviver com situações de ameaça de paz, com situações de instabilidade,“ daí a necessidade de “compreender quais são as razões que movem o senhor Mariano Nhongo a ficar no mato, quais são as suas reivindicações e preocupações.”
Infelizmente, lamenta Alfazema, há o facto de Nhongo “não ser uma pessoa aberta ao diálogo”.
Nas suas aparições esporádicas, Nhongo recusa a liderança de Ossufo Momade, que, por seu turno, desvalorizava as suas afirmações.
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Por outro lado, a sociedade civil levanta dúvidas sobre o processo de DDR, pelo facto de nem todos homens armados estarem a aderir ao programa, por os programas oferecidos não serem sustentáveis.
O analista político Arsénio Zunguze diz que os projetos que os guerrilheiros da Renamo tiveram em 1994 não produziram empresários por falta de acompanhamento.
Quanto ao processo em curso, Zunguze questiona: “dos cinco mil homens (por desmobilizar) quantos são oficiais superiores generais, que podem ter algum salário condigno?”
A maioria dos reintegrados da Renamo, disse Zunguze, terá “um salário que não é condigno para ninguém viver”.
Veja Também Vietnamita decapitado, Mariano Nhongo reivindica ataquePara que o DDR tenha sucesso, disse Alfazema, devem ser feitas ações para evitar que os jovens sejam aliciados “a associar-se a grupos que não tenham uma agenda clara”.
Mas José Manteigas, porta-voz da Renamo, diz que estes projetos em curso satisfazem os guerrilheiros e o facto de já não haver perseguição fará com que eles abandonem a via armada de reivindicação.