A sociedade cabo-verdiana começa a ganhar maior consciência e coragem na denúncia de casos de abuso e violação sexuais.
O problema é real e muitos são os casos registados no arquipélago de violações e abusos de menores, principalmente dentro da própria casa.
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Essa mudança de atitude deve-se ao intenso trabalho de sensibilização que o Instituto Cabo-verdiano das Crianças e Adolescentes (ICAA) tem realizado junto das famílias, escolas e de outras intuições públicas e privadas do país.
A psicóloga Cátia Cardoso destaca o envolvimento das diferentes estruturas no trabalho que não só visa combater essas práticas negativas, bem como jogar fortemente na prevenção.
Neste capítulo, Cátia Cardoso enaltece o trabalho feito junto das famílias, uma vez muitos casos de abuso e violação sexual acontecem dentro do próprio lar familiar ou na vizinhança, situação que cria mais constrangimentos à criança afectada.
Sobre as causas relacionadas com práticas de abuso e violação sexual no seio familiar, Cátia Cardoso considera que podem estar relacionadas com o passado do violador, que, em alguns casos, foi também vítima de abusos e outras situações negativas.
Nessa caminhada de protecção das crianças e adolescentes está a Acrides, associação que tem virado as suas acções para a camada mais desfavorecida da população.
Para a presidente Lourença Tavares, o trabalho de sensibilização das crianças no que toca ao conhecimento do seu corpo e outras acções educativas, constitui um grande instrumento de defesa para que a mesma possa distinguir gestos de carinho de um elemento da família e tentativa de abusos e violação sexual.
Tavares advoga a necessidade de haver uma estreita colaboração e sintonia entre as diferentes estruturas que lidam com essa matéria.