A representante da Organização Internacional para as Migrações em Moçambique, Laura Tomm-Bonde, diz que qualquer plano para a reconstrução da província de Cabo Delgado, flagelada pela violência jihadista, só poderá ser concretizado e sustentável, se tiver um envolvimento directo das próprias vitimas do conflito.
Bonde, que falava num encontro de reflexão sobre a reconstrução de Cabo Delgado, que há mais de cinco anos está a ser alvo de ataques jihadistas, considera que a participação das pessoas afectadas é fundamental.
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O governador provincial de Cabo Delgado, presente no encontro desta segunda feira, concordou com a posição da Organização Internacional para as Migrações, afirmando que o processo de reconstrução daquela província deve ter em conta e priorizar as actividades que possam impulsionar o desenvolvimento das regiões afectadas pela violência.
Para Valigy Tauabo, a reconstrução de Cabo Delgado requer cometimento colectivo, avançando que as acções de assistência não são suficientes, nem sustentáveis
O envolvimento das comunidades locais, sobretudo jovens, é a estratégia que esta a ser seguida pela TotalEnergies na reconstrução de Cabo Delgado, conforme enfatizou o director -geral da companhia em Moçambique.
Maxime Rabilloud deu como um dos exemplos o caso de um empresário contratado para a construção de uma estrada em Palma e que teve como mao -de -obra jovens recrutados localmente.
Refira se que vários analistas e diferentes estudos têm considerado que a exclusão social, as desigualdades e a falta de oportunidades de emprego, sobretudo para os jovens, são algumas das causas do conflito armado em Cabo Delgado.
Para o Governo, essas situações são reais naquela província, e não só, mas aquilo que se passa em Cabo Delgado, é terrorismo de origem jihadista. O Executivo diz que criou a Agencia para o Desenvolvimento Integrado do Norte ADIN, para atender a essas questões.