O vírus da Ébola pode ser encontrado no sêmen de sobreviventes da doença por, pelo menos, nove meses após a manifestação da infecção inicial, muito mais tempo do que se pensava previamente, disseram cientistas esta semana.
Em resultados preliminares que levantaram dúvidas sobre como e quando a epidemia da doença na África Ocidental pode ser declarada encerrada, os pesquisadores disseram que não tinham conhecimento anterior se os vestígios do vírus que foram descobertos possuíam vida ou eram potencialmente infecciosos.
"Esses resultados surgem num momento criticamente importante, lembrando a nós que enquanto o número de casos continuou a cair, os sobreviventes de Ébola e suas famílias continuam a lutar contra os efeitos da doença", disse o especialista em Ébola da Organização Mundial da Saúde, Bruce Aylward.
Aylward disse que os sobreviventes, dos quais 17.000 estão na África Ocidental, precisam de "apoio contínuo e substancial nos próximos seis a 12 meses para que se atenda a esses desafios e se garanta que os seus parceiros não sejam expostos ao vírus".
Ébola contaminou 28.000 pessoas e matou mais de 11.300 pessoas numa epidemia que se espalhou sobretudo por Guiné, Serra Leoa e Libéria.