O Programa Mundial da Alimentação (PMA) diz que, apesar de limitações, garante uma cesta básica mensal a, pelo menos, 400 mil deslocados da insurgência de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Os beneficiários da ajuda do PMA estão em zonas consideradas seguras de Cabo Delgado, e nas vizinhas províncias de Nampula e Niassa.
Os insurgentes, descritos como associados ao Estado Islâmico, mataram, desde 2017, pelo menos duas mil pessoas, nos distritos do norte de Cabo Delgado, onde multinacionais preparam a exploração de reservas bilionárias de gás natural.
Veja Também Ataques perto do projecto de gás liquefeito em Cabo Delgado levantam incertezas quanto ao futuroAs autoridades de Maputo dizem que a situação provocou a fuga de mais de 560 mil pessoas, que tendo perdido, na maioria, as suas fontes de subsistência, dependem da ajuda.
Dinheiro insuficiente
O PMA diz que milhares de deslocados estão em risco de fome e desnutrição graves em Cabo Delgado, uma vez que “as operações humanitárias enfrentam uma escassez de 108 milhões de dólares” para garantir o apoio.
Essa falta, diz a organização vencedora do Nobel da Paz-2020, pode forçar, nos próximos três meses, a redução da ajuda, um caminho para a insegurança alimentar, riscos de saúde e “tensão nas comunidades anfitriãs”.
Face a isso, a representante do PMA em Moçambique pede união na busca de recursos para a garantia da protecção da segurança alimentar e nutricional e sustento dos moçambicanos “afectados pelos ataques armados, ciclone Kenneth e a pandemia COVID-19 ”.
Antonella D’Aprile realça que os deslocados são vulneráveis à Covid-19, porque vivem em ambientes inadequados, onde faltam “serviços de saúde, acesso a água potável e saneamento”.
“Milhares de crianças e adolescentes que perderam os seus pais e familiares precisam da nossa protecção e cuidados,” diz D’Aprile.
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