A situação da economia angolana é assustadora, conclui o relatório do Centro de Estudos da Universidade Católica de Angola (CEIC) referente a 2016, apresentado nesta quarta-feira, 21, em Luanda.
O estudo apresentado anualmente pelo CEIC revela que o crescimento da economia angolana tem vindo a desacelerar a um ritmo assustador desde 2009 e que muito dificilmente pode ser revertido antes de 2021.
As taxas reais da economia têm diminuindo desde 2009, atingindo em 2016 um decréscimo do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6, o que tem afectado negativamente o nível de vida das populações.
“A situação é preocupante, o país está com dificuldades de financiar a sua economia as empresas vão indo à falência, o retrato é sombrio", explica Alves da Rocha, coordenador do CEIC.
O especialista alerta para a desigualdade social que coloca Angola entre "os mais países mais desiguais do mundo".
O capítulo sobre a diversificação da economia foi retirado do relatório porque, para os investigadores, “não houve factos relevantes”.
Interferências oficiais
Por outro lado, o CEIC indica que algumas interferências políticas nos dados oficiais têm atrapalhado a fiabilidade de certos dados económicos importantes do pais.
“O INE tinha publicado dados sobre o PIB que decresceu em 3,6 por cento e logo depois retirou-os, o que não é bom para a credibilidade das informações oficiais", alerta Alves da Rocha.
O CEIC vai publicar outro relatório sobre a situação social ainda sem data indicada.