O secretário-geral da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL) descreveu a situação laboral no arquipélago de péssima, enquanto o líder da outra central sindical, a UNTC-CS, afirma que apesar de algumas conquistas alcançadas, o balanço é negativo.
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José Manuel Vaz considera que nos últimos anos os trabalhadores cabo-verdianos perderam 12,5% do poder de compra, já que há cinco anos que não se regista aumento salarial, quando o custo de vida dispara quase todos os dias.
O líder da CCSL fala da precariedade do trabalho e aumento do desemprego, que ronda os 15,4 por cento.
“A segurança social é preocupante, já que a gestão do Instituto da Previdência Social tem sido lesiva aos interesses dos trabalhadores e contribuintes”, acusa Vaz, para quem, enquanto corta direitos dos trabalhadores nomeadamente subsídios de evacuação, assistência médica e medicamentosa, pensão e outras regalias, o INPS dá-se ao luxo de investir em empresas falidas como “a TACV e a Electra”.
Outra questão que preocupa José Manuel Vaz prende-se com a lei laboral, que o Governo pretende alterar, situação que, na opinião daquele dirigente, vai prejudicar os direitos adquiridos de muitos trabalhadores, nomeadamente no capítulo das indemnizações.
Apesar de congratular-se com a implementação do salário mínimo e do subsídio do desemprego, Vaz afirma que apenas isso não resolverá os principais problemas dos trabalhadores.
O país registou várias greves e manifestações de classes profissionais, situação que, segundo José Manuel Vaz, decorre da falta de cumprimento do Governo dos acordos assumidos com os trabalhadores e sindicatos, no sentido de resolver situações relacionadas com reclassificações, progressões e promoções.
O sindicalista não concorda com a tese de ser apenas a “crise” a causadora de todos os males laborais e sociais no país.
O líder da CCSL afirma que os recursos existentes estão a ser mal distribuídos porque enquanto uns comem quase tudo, os mais desfavorecidos ficam praticamente sem nada.
Por sua vez, o secretário-geral da UNTC-CS reconhece de uma forma geral a situação laboral foi negativa em 2015, tendo em conta um conjunto de constrangimentos, nomeadamente o desemprego, a estagnação salarial e das carreiras, situações que reduziram o poder de compra dos trabalhadores.
Ainda assim, Júlio Ascensão Silva considera que há ganhos a registar, nomeadamente a introdução do salário minimo, o subsídio do desemprego e a inclusão de representantes dos trabalhadores na gestão do Instituto da Previdência Social.
A questão da requisição civil muito contestada pelos sindicatos, já que condicionava a realização da greve, constitui segundo Ascensão Silva, outro grande ganho para a classe trabalhadora.
No que se refere à gestão do Instituto da Previdência Social, Júlio Ascensão Silva ressalva a importância dos sindicatos estarem representados no Conselho Executivo, facto que contribui para reforçar a gestão da instituição na defesa dos contribuintes segurados.