O Governo de Cabo Verde, o Sindicato dos Transportes, Hotelariae Turismo (Sittur) e o Conselho de Administração dos TACV chegaram a acordo para a suspensão de uma manifestação dos trabalhadores inicialmente agendada para esta quinta-feira, 15.
De acordo com o secretário permanente do sindicato, Carlos Lopes, na reunião abriu-se caminho para mais uma ronda negocial entre as partes, com o Shittur a estabelecer 30 de Março como prazo para se chegar a entendimento.
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Com a implementação do projecto de reestruturação da companhia de bandeira, a TACV, a empresa foi retirada da operação inter-ilhas, passando essas ligações a serem feitas em regime de monopólio pela privada Binter.
Ao mesmo tempo, a TACV internacional passou para a gestão da companhia islandesa Icelander, que entra com aviões, tendo igualmente a missão de preparar condições para a privatização da compainha de bandeira cabo-verdiana.
Estes compromissos constam no contrato de gestão que o Governo assinou com a campainha aérea islandesa.
O Executivo cabo-verdiano decidiu criar um hub aéreo com base na ilha do Sal, onde se situa o aeroporto internacional Amílcar Cabral, na perspectiva de transportar passageiros do mercado da CEDEAO e não só, ligando África, Europa e Américas.
Com a reforma introduzida na TACV, parte significativa dos trabalhadores ficou fora do quadro da nova empresa criada, tendo sido apresentado duas propostas, uma para a pré-reforma e outra de rescisão e as respectivas indemnizações.
Desde a primeira hora, o Governo assegurou que todos os direitos seriam garantidos, mas com o andar do processo de negociações algumas dificuldades surgiram para o descontentamento dos sindicatos e dos trabalhadores.
Segundo o Shittur, pretende-se englobar todos os trabalhadores no quadro de despedimento colectivo, neste caso para se pagar uma indemnização de 20 dias para cada ano de serviço, de acordo com o novo código laborar em vigor, situação rejeitada pelo sindicato.
O Governo não via a anunciada manifestação com bons olhos, alegando que não havia razão de ser porque está a trabalhar para encontrar melhores soluções para todos.
O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças Olavo Correia disse há dias, que o Executivo ter optado pela via mais fácil, que passa pelo encerramento da empresa que se encontrava em falência técnica, mas não o fez, procurando outras vias, por isso pede a colaboração dos trabalhadores.
Com a suspensão da manifestação e o regresso à mesa das negociações, com o Shittur a estabelecer o dia 30 de Março como data limite, resta esperar para se saber o desfecho do dossier TACV, muito badalado nos últimos tempos.