Sindicato dos Professores faz exigências antes de decidir sobre greve na Educação

Guilherme Silva, presidente do Sinprof

Começou a batalha por melhores condições de trabalho e remuneração condigna em Angola

Na abertura do seu sétimo Conselho Nacional, nesta quinta-feira, 11, na província de Benguela, o Sindicato dos Professores (Sinprof) avisou ao Governo angolano que não aceita a transição para o novo estatuto de carreira dos agentes da educação sem que se tenha em conta o tempo de serviço.

Sem ter descartado nem admitido a hipótese de greve, o Sinprof denunciou o que considera ser imposição das autoridades, sublinhando que tal medida violaria acordos assinados há vários meses.

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Sindicato dos Professores faz exigências antes de decidir sobre greve na Educação - 2:30

Num discurso com espaço para críticas ao ‘’contra-sindicalismo’’ e ‘’partidarização’’ das instituições públicas, o presidente do Sinprof, Guilherme Silva, anunciou a apresentação de uma nova proposta, daqui a uma semana, na qual se exige a correcção dos 10 anos de amiguismos nas promoções.

“O Executivo está a tentar impor aos professores uma transição tendo em conta apenas o nível de habilitações literárias, passando correctivo no tempo de serviço. Fomos surpreendidos com essa medida. Por outro lado, há mais de dez anos que não temos promoções. Houve sim uma ou outra, em casos de mortes ou de reforma, mas na base da escolha de amigos’’, aponta o presidente.

Greve ou não só depois da reunião, a decorrer até amanhã, mas há já uma certeza

‘’A partidarização das instituições públicas afundou a qualidade de gestão das nossas escolas. Até a nomeação de gestores dependem da concordância que os escolhidos por cunha recebiam do partido governante, que durante anos promoveu a incompetência em detrimento das reais capacidades técnicas e profissionais’’, sustenta o Silva.

Não ficou sem resposta a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, que descartou, pela voz do presidente, José Laurindo, a possibilidade de uma paralisação, tal como vem fazendo o próprio Ministério da Educação.

Para Guilherme Silva, “continua a ser imprescindível a força Sinprof, por isso continuamos a denunciar aqueles que ciclicamente, e agora de novo, pretendem diminuir a nossa força, porque enganam os professores fazendo o contra-sindicalismo’’.

Governo e Sinprof estarão num frente-a-frente no próximo dia 18, já com a contra-proposta dos sindicalistas.