Sindicalistas angolanos vaticinam aumento de preços com a ‘’tentativa de reajuste salarial’’

Aumento salarial anunciado para Janeiro

Sinprof diz que Governo confunde aumento com reajuste salarial por questões políticas

O Sindicato Nacional dos Professores (Sinprof) lamenta que o lado político esteja a obrigar o Governo a falar em aumento salarial, quando o país está diante de uma ‘’tentativa de reajuste’’ ainda incapaz de colmatar a perda do poder de compra do trabalhador.

Ao reafirmar a luta por melhores condições num sector com milhares de funcionários públicos, após o anúncio do novo quadro remuneratório, o presidente da organização, Guilherme Silva, lembra a inflação acumulada ao longo dos últimos três anos, hoje na casa de 116 por cento.

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Sindicalistas dizem que aumento do salario mínimo não chega - 1:24

O sindicalista acha correcto que o salário mínimo nacional passe de 21 mil para 33 mil kwanzas, abaixo de 150 dólares ao câmbio oficial, mas alerta que, para além de não ultrapassar o valor percentual da inflação, pode alterar os preços dos produtos básicos.

Guilherme Silva

“Alguns propalam, até ministros, por questões políticas, que se trata de aumento, mas não. É algo positivo, sim, mas está aquém da perda do poder de compra dos trabalhadores. Em Janeiro, quando se efectivar esta tentativa, se não houve controlo dos preços, verificaremos que não valerá para nada’’, adverte o sindicalista.

Guilherme Silva diz que esta medida, com a qual o Governo tenciona repor a equidade salarial, não afrouxa a luta pela observância do tempo de serviço na mudança do novo estatuto dos professores.

Custódio Cupessala

Já o sindicalista Custódio Cupessala, em nome do Sindicato da Administração Pública, Saúde e Serviços, sublinha que o quadro remuneratório não é o ideal e antevê negociações no sector privado.

‘’A atribuição do salário mínimo nacional foi feita com cautela, abrangendo também os privados. Caso contrário, estaríamos a combater um mal real para uns à custa da desgraça para outros. Há empresas sem capacidade, terão de negociar. Este salário mínimo, entretanto, não é o desejado, é o possível’’, refere o Cupessala.

A nova tabela salarial, enviada à Assembleia Nacional para apreciação e aprovação, surge com decretos presidenciais sobre estatutos remuneratórios das carreiras especiais na saúde, educação, ensino superior, emprego e formação profissional.