Um trabalhador suicidou-se depois de não ter recebido o seu salário durante dois meses e não ter dinheiro para sustentar a família. Este caso chama a atenção para uma crise económica que promete agudizar-se nos próximos dias em Angola.
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Antes da crise anunciada pelo próprio Presidente da República no discurso de Ano Novo, trabalhadores de várias instituições decretaram greves que culminaram em detenções e expulsões de alguns funcionários.
No município do Cazenga, um elemento dos serviços de segurança de uma escola privada pôs fim à vida por falta de dinheiro, já que não recebia os seus salários há mais de dois meses.
Como os cidadãos luandinos reagem à falta do pagamento dos seus salários por parte dos empregadores?
A VOA ouviu a professora Luísa Monteiro, de 30 anos de idade e mãe três filhos, que afirma que sempre que ficou sem salário procurou endividar-se junto dos seus próximos. “Nessa situação, eu começo logo a ligar para a minhas irmãs e se não tiverem tento o credito e se não der também fico assim esperando o salário”, contou.
Margarida da Paixão, dona de casa, mãe de três filhos e educadora de profissão, afirma que quando está sem dinheiro recorre aos empréstimos junto de bancos, amigos ou familiares: “Há uma forma muito nossa que é receber um valor e para dares com juro, quando não tenho recorro a esta medida”, disse.
Para o psicólogo Francisco Chiquemba, a falta de dinheiro traz frustração mas o cidadão deve sempre lembrar que a vida é feita de bons e maus momentos. “Os cidadãos devem lembrar-se que na vida existem momentos bons e maus”, explica, acrescentando, no entanto, que “sem dinheiro a pessoa fica estressada e é frustrante”.