O bispo da Igreja Anglicana de Moçambique, Dinis Sengulane, diz que Afonso Dhlakama vai reaparecer em público se a Renamo e o governo construírem uma confiança mútua, numa altura em que algumas vozes da sociedade defendem que o estado moçambicano deve dizer onde se encontra o líder do maior partido da oposição no país.
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Afonso Dhlakama remeteu-se ao silêncio desde que há cerca de 20 dias, a sua guarda pessoal foi desarmada pelas forças governamentais, na cidade da Beira.
Esse facto começa a preocupar alguns sectores da sociedade civil.
O bispo Dinis Sengulane diz que o incidente na casa de Dhlakama, na Beira, minou a confiança entre o Governo e a Renamo, sendo, por isso, necessário reconstruir essa confiança para que ele reapareça.
Defendendo o reaparecimento de Afonso Dhlakama, o professor catedrático José Macuane diz que o líder da Renamo sempre se destacou pela sua postura de desafio ao sistema e junto ás bases que enchem os seus comícios, provavelmente, como alternativa a um sistema considerado como burocratizado e voltado para quem o gere, e pouco atento ou ineficaz na resposta ás demandas sociais.
O jurista e jornalista Armando Nenane diz que este capital de liderança de Afonso Dhlakama pode ser posto em causa, "e isso é motivo de preocupação para toda a sociedade, sobretudo porque estamos numa situação de crise e alguma tensão política, que implica que, pelo menos, nós os cidadãos tenhamos contacto permanente, no espaço público daqueles que são principais actores políticos nacionais".
O Parlamento Juvenil, na voz do seu presidente, Salomão Muchanga diz que o estado moçambicano tem a obrigação de informar os moçambicanos sobre o paradeiro de Afonso Dhlakama.
Por seu turno, o jurista Moisés Cuambe entende que a sociedade não pode perder um líder da estatura de Afonso Dhlakama.
Já para o jovem professor de jornalismo em Maputo, Remígio Brás, se calhar é preferível ter Afonso Dhlakama calado a tê-lo a fazer ameaças.
Refira-se que o porta-voz da Renamo, António Muchanga, reiterou que o seu líder está Beira e ele tem direito á privacidade, sublinhando que nada o obriga a aparecer em público.