O antigo senhor da guerra na República Democrática do Congo (RDC) Ntabo Ntaberi, conhecido por “Sheka” foi condenado nesta segunda-feira, 23, à prisão perpétua por crimes de guerra e violação em massa de civis, em 2010
O tribunal militar de Goma considerou-o culpado dos crimes de "homicídio, violação, escravidão sexual e recrutamento de menores de 15 anos".
O porta-voz das vítimas, Kahindo Fatuma, disse à agência AFP que “este veredicto é um sinal forte para os outros senhores da guerra” e admitiu que “as vítimas ficarão um pouco aliviadas”.
Noutra reacção, a representante da Organização das Nações Unidas (ONU) em Kinshasa, Leila Zerrougui, congratulou-se com a sentença e afirmou que “a impunidade não é uma fatalidade".
“Sheka” tinha a sua base de guerra à frente do grupo Nduma Defesa do Congo (NDC) na província do Kivu do Norte, onde lutava contra rebeldes hutus ruandeses das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR).
Entretanto, de acordo com uma denúncia da ONU, o NDC foi acusado de, entre 30 de julho e 2 de agosto de 2010, ter atacado “13 aldeias, morto 287 pessoas, enquanto 380 mulheres, homens e crianças foram violados".
“O NDC também recrutou pelo menos 154 crianças para as suas fileiras”, concluiu a investigação.
'Sheka' rendeu-se aos soldados da Missão das Nações Unidas no Congo (Monusco) em julho de 2017.
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