SG da ONU apoia posição da Cedeao sobre a Guiné-Bissau e pede medidas

Úmaro Sissoco Embaló, Presidente da República

O secretário-geral das Nações Unidas desafiou os guineenses a trabalharem de “forma inclusiva e construtiva para a implementação das decisões da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), que a 22 de abril reconheceu Úmaro Sissoco Embaló como vencedor das eleições presidenciais de dezembro de 2019.

Entre as medidas, António Guterres aponta a “nomeação de um primeiro-ministro e a formação de um novo Governo, em total conformidade com a Constituição, levando em conta os resultados das eleições legislativas de março de 2019”.

O secretário-geral reiterou em nota o compromisso das Nações Unidas de “continuar acompanhando os guineenses nos esforços para consolidar a paz, a democracia e o desenvolvimento sustentável”.

Na quarta-feira, a Cedeao disse em comunicado, assinado pelo seu presidente, Jean Claude Kassi-Brou, que “face ao atual bloqueio e após uma análise profunda à situação política do país”, reconhecia Embaló como Presidente da República da Guiné-Bissau e instou-o a formar um Governo até o dia 22 de maio”.

"Os chefes de Estado e de Governo da Cedeao instam o Presidente Umaro Sissoco Embaló a proceder à nomeação de um primeiro-ministro e de um Governo, o mais tardar até o dia 22 de maio de 2020, conforme as disposições da Constituição e à luz dos resultados das eleições legislativas", que, ainda segundo a nota da Cedeao, foram ganhas pelo PAIGC, que possui 47 dos 102 assentos na Assembleia Nacional Popular.

A organização regional defendeu ainda a realização de um referendo sobre a necessidade de reforma da Constituição da Républica dentro de seis meses.

Em reação, o candidato presidencial do PAIGC e presidente do partido, Domingos Simões Pereira, disse em video transmitido pelo programa Repórter África, da RTP, “lamentar que a Cedeao tenha legitimizado o golpe” e substituído os órgãos legais da Guiné-Bissau.