"Eu serei duro com Putin", afirmou Donald Trump

Donald Trump reitera compromisso com empregos

Presidente eleito reitera construção do muro, fim do Obamacare, impostos para empresas que produzam fora do país e distância dos negócios.

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu nesta quarta-feira, 11, que a Rússia pode ter feito espionagem cibernética à campanha presidencial de Hillary Clinton.

Em conferência de imprensa em Nova Iorque, Trump confirmou ter tido acesso às informações, as quais chamou de mentirosas, e criticou a publicação do conteúdo divulgada no site "BuzzFeed".

Entretanto, ele disse que vai "ser duro com Putin".

"Quanto ao hacking, creio que foi a Rússia, mas acho que também somos pirateados por outros países e outras pessoas", disse Trump, que em seguida afirmou que o sistema de segurança democrata era defeituoso.

Segundo ele, o Governo terá a sua segurança de rede reforçada na nova administração.

"Putin e a Rússia publicaram um comunicado a dizer que isso era notícia falsa. Eu respeito por ele ter dito isso. Se eles tivessem algo sobre mim, eles teriam divulgado, como fizeram com Hillary. Veja, piratear é uma algo mau, mas veja o que aprendemos com isso: que Hillary Clinton conseguiu receber s questões que lhe seriam feitas um debate, e não revelou isso? Podem imaginar o que aconteceria se Donald Trump recebesse as questões do debate? Seria terrível”, disse.

No início da conferência de imprensa, o Presidente eleito justificou o longo período sem atender à imprensa e citou a publicação do processo russo.

"Paramos de conceder entrevistas por causa das notícias inexactas publicadas. Mas quero agradecer a todos os meios de comunicação que estão aqui”, reiterou Trump que depois não permitiu uma pergunta do jornalista Jim Acosta, da CNN, dizendo que a emissora publica "notícias falsas".

Donald Trump discute com jornalista da CNN

Relação com Putin

A suposta ligação de Trump com os russos apareceu noutros momentos da conferência de imprensa, com o Presidente eleito a dizer, por exemplo, que ter a simpatia de Putin é uma vantagem.

"Se Putin gosta de Donald Trump, considero isso uma vantagem e não uma desvantagem porque teríamos um péssimo relacionamento com a Rússia, que pode nos ajudar a combater o Estado Islâmico", explicou Trump.

Mais à frente ele disse: "Não sei se vou me dar bem com Putin. Pode ser, mas existe uma chance de isso não acontecer. Mas de qualquer maneira: alguém realmente acredita que a Hillary seria mais dura com Putin do que eu? Deixem de brincadeiras", continuou Trump para reiterar “Vou ser duro com Putin”.

Ainda sobre a Rússia, Trump afirmou não ter qualquer "acordo ou negócio" com o país.

Empregos

No início da conferência de imprensa, o Presidente eleitor disse que vai ser "o maior produtor de empregos que Deus já criou” e afirmou que nas últimas semanas esteve muito activo a trabalhar no sector económico e que haverá grandes notícias na próxima semana.

Trump reiterou que se ele não tivesse ganho a eleição, muitas empresas não estariam a regressar aos Estados Unidos e continuariam a investir noutros países.

Segundo o Presidente eleito, durante o seu mandato, se as empresas quiserem se mudar dos Estados Unidos para o México e demitir os seus trabalhadores em Estados americanos, elas terão que pagar altos impostos para vender produtos no país.

Sobre a proposta de fazer um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México, ele reiterou que “vamos construir o muro" e disse que não quer esperar por uma negociação com o México, que pode durar mais de um ano, para começar a construção ,

O Presidente eleito reiterou que o Obamacare é um "desastre completo e total", e que todos ficarão orgulhosos do que ele irá fazer com a saúde no país.

Filhos de Donald Trump vão gerir os negócios do pai

Fora dos negócios

Quanto aos negócios pessoais, Donald Trump garantiu que os filhos Eric e Donald Jr., vão se ocupar deles e que ele fiará de fora das empresas.

Sheri Dillon, advogada de Trump, afirmou na conferência de imprensa que a medida vai causar considerável perda financeira, mas foi tomada para deixar claro que ele não está a utilizar a Presidência em benefício de seus negócios pessoais.

Dillon disse que negócios com outros países não serão feitos pela empresa de Trump durante o seu Governo e que dentro dos EUA qualquer negóciio será analisado para evitar conflitos.