Sentença da antiga ministra moçambicana do Trabalho divide opiniões

Helena Taipo

A condenação de Maria Helena Taipo pelo crime de peculato tem interpretações opostas de analistas, havendo quem considere tratar-se apenas de um sinal para satisfazer a sede da justiça dos cidadãos.

Your browser doesn’t support HTML5

Sentença da antiga ministra moçambicana do Trabalho divide opiniões

O director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, minimiza o impacto da condenação da antiga Ministra do Trabalho, Maria Helena Taipo, e diz tratar-se apenas de um truque para acalmar a sociedade.

Analisando os 16 anos de sentença aplicados à antiga ministra, Nuvunga sinaliza a ideia de uma justiça selectiva, usada para satisfazer interesses de vária ordem.

"Temos a clara noção de que não se trata de um combate cerrado à corrupção, trata-se, sim, de uma acção para dar alguma coisa à sociedade, que está sedenta de justiça" analisou o activista social.

Veja Também Ex-ministra Taipo condenada a 16 anos de prisão

Por outro lado, Nuvunga diz que ainda não há nada que se possa celebrar, uma vez que a pena aplicada a Taipo, ainda não é afectiva, havendo a necessidade de manter a vigilância para evitar quaisquer manobras.

"Nos cabe ficar vigilantes nas várias manobras que se vão tentar usar, para que não somente haja condenação, mas que haja, de facto, cumprimento da pena" salientou.

Por seu turno, a presidente da Comissão Nacional de Ética Pública, Páscoa Buque, disse que a sentença da antiga ministra é um sinal para os servidores públicos, para perceberem que o crime não compensa.

"Nao estamos a julgar, nem a dizer que a sentença é ou não justa, estamos apenas a apelar ao servidor público e a todo o cidadão, para que tire ilações e veja que o crime não compensa e que o caminho mais correcto é a probidade e seguir as regras mais correctas" frisou Buque.

Veja Também Justiça moçambicana é "lenta e politizada", dizem analistas