Os líderes do Comité de Inteligência do Senado dos Estados Unidos prometeram nesta quarta-feira, 29, que a investigação sobre interferência da Rússia na campanha eleitoral norte-americana de 2016 será bipartidária, num contraste com o desacordo em torno de uma investigação similar na Câmara dos Deputados.
Os senadores Richard Burr, presidente republicano do comité, e Mark Warner, democrata, disseram em conferência de imprensa que querem determinar se há algo que sugere uma ligação directa com o Presidente Donald Trump.
“Vamos chegar ao fundo disto”, disse o democrata Warner.
A Presidência de Trump tem sido perturbada por acusações de agências de inteligência dos EUA de que a Rússia tentou ajudá-lo a vencer, enquanto ligações entre membros da sua campanha e a Rússia também estão sob escrutínio.
Trump nega tais afirmações e a Rússia nega as acusações.
Senador republicano promete investigação
O senador Richard Burr foi assessor de segurança na campanha de Trump, mas disse que não coordenou com a Casa Branca no que toca à investigação de seu comité.
Burr se negou a prosseguir com a rejeição da Casa Branca de conspiração entre a campanha de Trump e hackers russos, que autoridades da inteligência dos EUA acreditam terem favorecido Trump durante a campanha presidencial do ano passado contra a candidata democrata Hillary Clinton.
“Seríamos loucos de tentar tirar conclusões de onde estamos investigando”, disse Burr.
“Vamos entrar um pouco mais a fundo nisto antes de vocês pedirem para escrevermos as conclusões. Isto é claramente algo que pretendemos fazer ao longo do caminho”, concluiu o republicano.
Burr e Warner negaram-se a comentar sobre a investigação paralela na Câmara, onde o presidente do comité de inteligência, Devin Nunes, tem sido criticado pela forma como lida com a questão.
Alguns democratas da Câmara dos Deputados pediram para Nunes se afastar da investigação após ele se encontrar na semana passada com uma fonte não identificada no complexo da Casa Branca.
Ele disse que a fonte lhe deu informações mostrando que informações da equipa de transição de Trump foram recolhidas durante vigilâncias legais de outros alvos.
Warner e Burr destacaram a importância de expor a actividade de hackers russos, que segundo Warner incluem relatos de “mais de mil trolls da internet pagos” que espalharam histórias negativas falsas sobre Hillary.
Cerca de 20 pessoas irão depor junto do Comité, entre eles o genro de Donald Trump, Jared Kushner.