Chefes de inteligência militar dos Estados Unido e de 28 países africanos participam desde esta terça-feira, 25, em Luanda, numa conferência co-organizada pelo Comando para África dos Estados Unidos (AFRICOM) e pelo Governo de Angola, tendo como de fundo “a estabilidade regional”.
A sub-diretora de Inteligência do Comando dos EUA para África, brigadeira General Rose Keravuori, disse que o evento, o primeiro a ter lugar em Angola, vai discutir, entre outras, questões ligadas à renovação, partilha de dados e inteligência e ao impacto das alterações climáticas.
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Rose Karevouri falou do terrorismo e dos conflitos que ocorrem no continente africano e reconheceu que “os militares sozinhos não vão alcançar a paz" e por isso “a África enfatiza aqui o papel da diplomacia para que em adição com a defesa com os parceiros africanos possamos atingir os objectivos comuns”.
No contexto internacional, aquela alta patente americana destacou que “dois países no mundo continuam a liderar um conflito persistente em termos de segurança política e ao económico, o que está, de facto, a desviar as questões que têm a ver com o progresso humano a nível social" .
Por seu lado, o chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar de Angola general João Pereira Massano, também sublinhou o impacto das alterações climáticas e o “aumento exponencial “ de focos de violência extrema e consequentemente a insegurança e instabilidade na Europa Oriental, as tensões nas regiões do Indo-Pacífico, no Golfo Pérsico, na Península Coreana e no Tigray, corredor do Sahel e leste da República Democrática do Congo “com sérios reflexos nas economias dos estados, das empresas das comunidades e das famílias”.
Para aquele general angolano, a ausência da segurança, da estabilidade e da soberania significa o caos e “aos estados compete lançar mãos aos recursos operacionais, técnicos e tecnológicos disponíveis para identificar a anular todo e qualquer ameaça ou factor indutor".
Entretanto, o especialista em inteligência e general na reforma Manuel Mendes de Carvalho “Paka” considera que a escolha de Angola para albergar a conferência das secretas militares visa satisfazer os interesses americanos em África, em meio à guerra na Europa entre a Rússia e a Ucrânia.