O secretário de defesa dos EUA, Lloyd Austin, vai ao sudeste da Ásia para unificar aliados preocupados com as crescentes capacidades militares da China, numa altura em que a pandemia global de coronavírus continua a paralisar a região.
“Será uma visita muito boa”, Austin disse aos repórteres que viajaram com ele para o Alasca na sexta-feira antes de sua visita à Ásia.
“Agregamos valor à estabilidade da região, então o meu objectivo é estreitar relacionamentos”, afirmou.
Na próxima semana, Austin visitará Singapura, Vietnam e Filipinas.
É a primeira viagem ao Sudoeste Asiático de um alto membro da administração Biden e a segunda viagem de Austin à região da Ásia-Pacífico, que ele se referiu, no início da semana, como o "teatro de operações prioritário" do Pentágono.
Veja Também Secretária de Estado Adjunta dos Estados Unidos, Wendy Sherman, visita a ChinaMurray Hiebert, um analista do Sudoeste Asiático do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse à VOA que a sub-região está preparada para o envolvimento dos EUA, após "um sentimento geral" de que "sob o governo [do ex-presidente Donald] Trump, não foi dada muita atenção para o sudeste da Ásia. ”
“E tem havido algumas reclamações” e a imprensa questiona “onde andam os Estados Unidos”, disse Hiebert.
Austin tinha planos de liderar uma grande delegação em Junho para o Diálogo Shangri-La anual do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) na Singapura, mas a reunião foi cancelada devido à COVID-19.
Agressão chinesa
Ele deverá fazer um discurso no IISS, a 27 de Julho, na Singapura, no qual provavelmente irá abordar a busca declarada de uma "nova visão de dissuasão integrada" da agressão chinesa em toda a região.
Os navios da guarda costeira e da milícia marítima da China têm assediado frequentemente pescadores dentro da zona económica exclusiva das Filipinas. Os navios chineses também incomodaram os que querem investir no petróleo e gás nas costas da Malásia e do Vietnam, dificultando a sua actividade.
Austin disse a repórteres no Pentágono, na quarta-feira, que tem planos de reafirmar o compromisso da América com a liberdade dos mares, o que vai contra o que ele chamou de "alegações inúteis e infundadas" feitas pela China no contestado Mar do Sul da China.
“Não acreditamos que nenhum país deva ser capaz de ditar as regras”, disse Austin.
Veja Também Biden e Suga se comprometem a trabalhar juntos para enfrentar o desafio da ChinaNa semana passada, o contratorpedeiro USS Benfold navegou perto das disputadas ilhas Paracel, localizadas ao sul da China e a leste do Vietnam, para desafiar “restrições ilegais à passagem inocente” em um movimento conhecido como operação de liberdade de navegação, segundo a Marinha.
A China alegou que "afastou" o navio de guerra dos EUA, uma afirmação que a Marinha imediatamente descartou como "falsa".
China, Taiwan e Vietnam afirmam que as ilhas são seus territórios e exigem permissão ou notificação prévia antes que um navio militar passe nas proximidades, o que os EUA não deram.
Outras ilhas Mar da China Meridional são disputados por Brunei, Malásia e Filipinas.
A China considera grande parte desse mar rico em recursos seu território - apesar das reivindicações territoriais de outras nações - e criou centenas de hectares de ilhas artificiais para sustentar as suas reivindicações territoriais.