“Os políticos não se entendem. Estamos numa degradação total e corremos o risco de ficar sem referências,” reclama Costa Carlos, Secretário-geral da União Geral de Trabalhadores de São Tomé e Príncipe.
Carlos revela-se agastado com a forma como o país é gerido. “Não existe nenhuma política que olha para a parte social. Nem quero de salários,” diz o sindicalista, que considera que falta de responsabilização dos que cometem erros desanima a classe trabalhadora.
As diferenças entre os políticos agudizaram após as primeiras eleições legislativas, em 1991, que marcaram o início era da democracia multipartidária.
Analistas defendem que os políticos devem deixar as suas diferenças e pensar no desenvolvimento do país, o que estes concordam, pelo menos, publicamente.
Miguel Trovoada, primeiro presidente da era democrática, é um dos que concordam: “Somos pequenos, conhecemos uns aos outros; as mágoas e feridas levam muito tempo a cicatrizar. Se insistirmos muito nisso não conseguiremos construir uma sociedade consensual e sem essa sociedade não podemos empreender um projecto conjunto.”
O filho de Trovoada, Patrice Trovoada, actual primeiro-ministro, aponta a estabilidade, trabalho e seriedade como condições para o país crescer.
“Nós temos um país com potencial (…) mas cheio de vícios, em que se trabalha pouco (…) essas coisas têm de mudar,” diz Trovoada.
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