A UNITA poderá convocar uma manifestação contra as irregularidades que diz estarem a ocorrer no processo de registo eleitoral em Angola.
O presidente do maior partido da oposição reconheceu que o seu partido considera que as manifestações constituem o ultimo recurso, mas “se não pararem, seremos forçados a dirigir-nos ao povo e tomar medidas adequadas para parar com elas”.
Em conferência de imprensa nesta quarta-feira, 26, Isaías Samakuva fez um balanço “altamente negativo" do processo de registo eleitoral porque, segundo ele, "as suspeitas iniciais não são mais do que evidências irrefutáveis de ilícitos graves e dolosos, praticados por agentes mandatários do partido MPLA a mando da sua direcção".
Por isso, Samakuva avisou que “se o Presidente da República persistir em afrontar a soberania popular e não for capaz de garantir a integridade do processo, sua lisura e transparência, então estas terão de ser garantidas pelo próprio soberano, o povo angolano".
Apesar das denúncias de iregularidades, o presidente da UNITA relevou que em vez diminuírem, elas têm aumentado.
"Ao invés de diminuir, esta prática está a aumentar, há províncias, e aqui mesmo em Luanda, em que as direcções escolares estão a passar ordens para que os professores e os alunos entreguem os seus cartões de registo eleitoral e quando são perguntados para quê dizem que é para certificar que estão registados", denunciou Samakuva, exigindo que "estas práticas pelas estruturas do MPLA parem imediatamente".
O presidente da UNITA não deu indicações se haverá ou não alguma manifestação nos próximos dias.