A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, no domingo, 22, que a Rússia representa uma ameaça maior para a segurança da União Europeia (UE), uma vez que Moscovo pode usar a imigração ilegal e outras questões para minar o bloco.
“Temos de compreender que a ameaça é muito maior do que imaginamos”, disse Meloni, que lidera um governo conservador, numa conferência de imprensa, quando questionada sobre a Rússia.
A Finlândia recebeu os líderes da Itália, Suécia e Grécia, bem como o chefe dos negócios estrangeiros da UE, na região da Lapónia, no fim de semana, para discutir a segurança na região nórdica e no Mediterrâneo, bem como os desafios da migração no sul da Europa.
O perigo para a segurança da UE, proveniente da Rússia ou de qualquer outro país, não terminará com o fim do conflito na Ucrânia e a UE tem de estar preparada para isso, afirmou Meloni.
“Está em causa a nossa democracia, está em causa influenciar a nossa opinião pública, está em causa o que acontece em África, está em causa a matéria-prima, está em causa a instrumentalização da migração. Precisamos de saber que se trata de uma ideia muito ampla de segurança”, disse Meloni.
Da esquerda para a direita: P Primeiro-Ministro da Suécia, Ulf Kristersson, a Primeira-Ministra de Itália, Giorgia Meloni, o Primeiro-Ministro da Finlândia, Petteri Orpo, a Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas.
A eurodeputada exortou a UE a fazer mais para proteger as suas fronteiras e a não permitir que a Rússia ou qualquer “organização criminosa” controle os fluxos de migrantes ilegais.
Alguns membros da UE, incluindo a Finlândia e a Estónia, acusaram Moscovo de permitir que migrantes ilegais do Médio Oriente e de outros países entrassem nos Estados da UE através da Rússia sem controlos adequados, prejudicando a segurança da UE.
Moscovo negou que a Rússia esteja a empurrar deliberadamente migrantes ilegais para a UE.
O primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, afirmou que a segurança dos 1.340 km de fronteira com a Rússia é uma questão “existencial” para a Finlândia e para os outros membros da UE e aliados da NATO.
Meloni afirmou que a UE tem errado ao lidar com a questão da imigração ao longo dos anos, simplesmente no que se refere à forma de partilhar os encargos.
Abordar a questão da imigração ilegal apenas como um debate baseado na solidariedade foi um erro”.Georgia Meloni - Primeira-ministra italiana
“O resultado é que não fomos capazes de proteger as nossas fronteiras (...) Queremos defender as nossas fronteiras externas e não permitiremos que a Rússia ou as organizações criminosas comprometam a nossa segurança”.
Embora a NATO continue a ser “a pedra angular” da segurança da UE, o bloco tem de enfrentar desafios mais vastos, disse Meloni.
O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o primeiro-ministro da Finlândia, Petteri Orpo, participam numa conferência de imprensa da Cimeira Norte-Sul em Saariselka, 22 de dezembro de 2024.
“A segurança também significa infraestruturas críticas, inteligência artificial, cibersegurança, matérias-primas, cadeias de abastecimento. Significa uma política externa e de cooperação nova e mais eficaz, significa migração”, afirmou.