A Rússia e a Ucrânia fizeram a tão esperada troca de prisioneiros, aumentando a esperança de esforços renovados para acabar com a guerra no leste da Ucrânia entre as forças ucranianas e os separatistas apoiados por Moscovo.
No início deste sábado, 7, dois autocarros foram vistos saindo da prisão de Lefortovo, em Moscovo, enquanto um avião com o emblema do estado ucraniano pousou no aeroporto de Vnukovo, na mesma cidade russa.
Movimentos semelhantes foram reportados em Kiev, pois ambos os lados coordenaram a transferência e os voos de 35 dos seus compatriotas.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy juntou-se às famílias dos ucranianos libertados na pista de Kiev, numa celebração cheia de lágrimas.
Zelenskiy insistiu que a troca foi um movimento para "terminar esta guerra horrível", uma referência ao conflito de cinco anos entre a Ucrânia e separatistas pró-russos, no leste do país, que deixou cerca de 13.000 mortos.
O presidente russo Vladimir Putin ecoou esses pensamentos ao fazer referência ao acordo pendente, no início desta semana.
"Também será um bom passo em direção à normalização" das relações com a Ucrânia, disse Putin, ao sugerir que uma troca de prisioneiros de "grande escala" estava em fase conclusiva.
Trump felicita
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, twittou no sábado que"a Rússia e a Ucrânia trocaram um grande número de prisioneiros. Boas notícias, talvez um primeiro passo gigante para a paz. Parabéns aos dois países!"
Em Kiev, um dos mais aplaudidos nesta troca de prisioneiros foi o cineasta ucraniano Oleg Sentsov.
Sentsov, que cumpriu cinco anos de uma sentença de 20 anos decorrente da sua oposição à anexação russa da península da Crimeia, em 2014, chamou a atenção internacional por liderar uma greve de fome de 100 dias, esforço fracassado de libertar outros ucranianos presos na Rússia.
Os EUA e a União Europeia fizeram pressão aberta para a sua libertação.
"Espero que os outros detidos sejam também libertados em breve", disse Sentsov. "Mas mesmo com o último prisioneiro libertado, a nossa luta não termina. A vitória ainda está muito longe."
Do lado russo, um dos casos mais mencionado é do jornalista Kirill Vyshinsky, que foi preso pelas autoridades de Kiev, por acusações de "alta traição", enquanto reportava para a RIA-Novosti.
"Os jornalistas nunca devem ser presos", disse em entrevista emocionante transmitida na televisão estatal russa.