A República Democrática do Congo (RDC) e a companhia de diamantes angolana Sociedade Mineira de Catoca estão numa rota de colisão sobre o que se passou na mina de Catoca com um derrame de resíduos que poluíu rios.
A Sociedade Mineira de Catoca desmentiu que o vazamento de resíduos na sua mina de diamantes constitua risco para a vida para as populações na margem dos rios afectados pelo incidente.
Este posicionamento contradiz declarações do Governo da RDC que afirmou que pelo menos 12 pessoas morreram e mais de 4.400 adoeceram devido ao incidente.
Num comunicado, a Sociedade Mineira de Catoca disse que “está descartada a presença de metais pesados na água dos rios afectados pelo fuga da polpa da bacia de rejeitados, em consequência do incidente registado no seu sistema de drenagem de rejeitados”.
A companhia acrescentou que “a bacia de rejeitados contém apenas misturas de rochas naturais, como areia e argila, e a composição da matéria corresponde aproximadamente aos fluxos de lama na estação chuvosa e não contém componentes químicos externos.”
Isto, acrescentou a companhia, implica que tal situação “não represente risco para a vida para as populações afectadas”.
Antes, a ministra do Ambiente da RDC, Eve Bazaiba, disse que o seu Governo vai exigir uma indemnização aos donos da mina de diamantes de Catoca, na sequência da fuga de material residual.
A fuga do material para o rio Lova deu-se devido a uma ruptura numa conduta que, segundo a Sociedade Mineira da Catoca, está gora completament estancada.
O rio Lova é um afluente do rio rio Tshikapa que, por seu turno, é un afluente do Rio Congo.
A agência de notícias Reuters disse ter revisto imagens de satélite que indicam que a 25 de Julho o rio “ficou vermelho”.
O incidente deu-se nesse dia, mas só veio a público depois de investigadores congoleses terem revelado a ocorrência do que chamaram de “uma catástrofe ambiental sem precedentes” em finais de Agosto, quando morreram enormes quantidades de peixe e mesmo hipópotamos.
A Sociedade Mineira da Catoca é propriedade da companhia angolana Endiama e a companhia russa Alrosa.
O Governo angolano não fez até agora qualquer declaração sobre o assunto.