O grupo espanhol Riu Hotels & Resorts está a reavaliar os seus planos de investimento em Cabo Verde, devido à decisão governamental de requalificar a Reserva Natural de Ponta de Sinó, em frente aos seus hotéis na Ilha do Sal.
A informação foi revelada numa nota enviada nesta segunda-feira, 29, à imprensa.
A alteração das condições de negócio e a falta de garantias jurídicas por parte do Estado demonstradas com esta acção colocam em questão o projecto de construção de um novo complexo hoteleiro planeado pela cadeia na Ilha da Boa Vista em 2017.
“Face a este tipo de medidas que possibilitam a construção numa zona anteriormente protegida e que alteram os preceitos e condições de negócio com os quais a Riu se implantou na Ilha do Sal, a Riu Hotels & Resorts não pode ficar indiferente”, assegura o administrador delegado da cadeia.
Luís Riu afirma não descartar "a possibilidade de repensar investimentos futuros em Cabo Verde, mais concretamente os que estão previstos para 2017 com a construção de um novo complexo hoteleiro na Ilha da Boa Vista”.
A cadeia já investiu em Cabo Verde cerca de 300 milhões de dólares e emprega 1.713 trabalhadores, dos quais 85 por cento são locais, o que representa 8,1 por cento da população activa das ilhas do Sal e da Boa Vista.
Com esta posição, ficam postos em causa a criação de cerca de 450 empregos directos previstos para serem criados entre 2016 e 2017.
O Riu Hotels admite ainda interpor uma acção judicial contra o Estado de Cabo Verde por danos ambientais, com o objectivo de prevenir a destruição de um espaço natural chave na proteção da biodiversidade do país.
A empresa considera que a requalificação dos terrenos da Ponta de Sinó na Ilha do Sal terá um impacto negativo no meio-ambiente e num modelo de negócio baseado no turismo que respeita a natureza.
O grupo está presente em Cabo Verde desde 2005 com quatro hotéis de cinco estrelas,s endo dois no Sal e dois na Boavista, com um total de 2.631 quartos.