No que pode ser visto como um revés para Angola, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo(Opep) recusou-se a modificar o seu tecto de produção.
O ministro de Petróleo de Angola José Maria Botelho de Vasconcelos afirmou nesta quinta-feira, 4, ser do interesse do seu país que a reunião resultasse numa subida de preços, o que poderia surgir através de um corte de produção dos países membros.
Botelho de Vasconcelos afirmou, em Viena, onde se desenrolou o encontro, que que era “extremamente importante” para Angola que o petróleo subisse para menos 80 dólares o barril.
Como resultado da decisão da Opep, o preço do petróleo caiu ligeiramente no mercado internacional para cerca de 62 dólares o barril.
O sector petrolífero garantiu em 2013, segundo o Ministério das Finanças, 76 por cento das receitas fiscais angolanas, mas o seu peso deverá descer este ano para 36,5 por cento devido à forte redução da cotação do crude no mercado internacional.
Angola falhou objectivo da diversificação
Para além do impacto nas contas gerais do país, a queda do preço do petróleo parecee star a afectar a própria empresa produtora de petróleo, a Sonangol, cujas dívidas cresceram quase 20 por cento o ano passado.
A empresa efectuou o ano passado dois empréstimos junto do Standadrd Charter Bank, no valor 3.136 milhões de dólares, e um outro junto do China Development Bank, no valor de cerca de 1.792 milhões de dólares.
Os empréstimos foram obtidos para financiar "capitais estruturantes e outras despesas operacionais".
O valor total da dívida da Sonangol é agora estimado em cerca de 14.000 milhões de dólares.