O ano de 2015 chegou ao fim e deixa em Moçambique um rasto de acontecimentos bons e maus em todas as áreas: política, económica, social e cultural.
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Foi um ano no qual o país se assinalaram 40 anos da independência nacional.
Em quatro décadas, Moçambique registou avanços e recuos, sendo que o maior retrocesso foi do conflito armado que durou 16 anos até 1992.
O ano de 2015 testemunhou a mudança de liderança presidencial em Moçambique, marcou o fim da governação considerada polémica de Armando Guebuza e a entrada de Filipe Jacinto Nyusi, figura e rosto da nova geração.
O início do ano que chegou ao fim foi marcado por cheias nas regiões centro e norte de Moçambique que provocaram mortes e muitas destruições.
Para evitar a repetição do cenário na presente época chuvosa, o Governo intensificou acções de prevenção de calamidades através de simulações de cheias acompanhadas pelo própio Presidente Filipe Nyusi.
Mas a grande preocupação dos moçambicanos em 2015 foi a instabilidade política, provocada pela falta de confiança entre o Governo e a Renamo, principal partido da oposição.
O dialogo entre as duas partes, iniciado no mandato de Armando Guebuza, encalhou-se.
As Forcas de Defesa e Segurança avançaram para um desarmamento compulsivo dos elementos da Renamo.
O ponto mais alto foi o desarmamento da guarda de segurança do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, depois de uma emboscada contra a sua caravana que saldou em 20 mortos.
O Arcebispo da Beira, Dom Cláudio Dalazwane, saudou a decisão de desarmar a guarda da Renamo, entretanto, o Chefe da Igreja Católica na Beira reconhece que a paz não pode ser impost, mas deve resultar do dialogo e da confiança entre as duas partes.
Na esfera económica, 2015 deixa más recordações, caracterizadas pela pujança do dólar norte-americano que esmagou a moeda moçambicana, o metical, fazendo disparar os preços de produtos de consumo, num pais dependente de importações da África do Sul
Na frente social, os moçambicanos que vivem na África do Sul foram afectados pela nova onda de xenofobia.
Dois foram brutalmente assassinados e centenas de outros fugiram das suas zonas de residência, regressando à terra natal num processo patrocinado pelo Governo.
O Presidente Jacob Zuma foi mesmo forçado a fazer uma visita de Estado a Moçambique para pedir desculpas.
A viúva de Nelson Mandela e Samora Machel deplora o tratamento selvagem dos moçambicanos.
Mesmo na ponta final do ano, mais de 30 mil mineiros moçambicanos na África do Sul estão aflitos por causa de problemas com passaportes biométricos emitidos na África do Sul pelas autoridades moçambicanas.
Quase todos os passaportes são inválidos.
Milhares de mineiros regressaram à casa para passarem as festas do Natal e do fim-de-ano, mas abandonaram as suas famílias para tratarem dos seus passaportes em Ressano Garcia, que faz fronteira com África do Sul.