Um grupo de vendedores bloqueou nesta quarta-feira, 7, a Estrada Nacional seis (EN6), que liga o porto da Beira, no oceano Indico, aos países africanos do interior, na província de Manica, em retaliação à destruição pelo Governo de um conglomerado de barracas informais junto a via.
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Os vendedores recorreram a troncos, pedras, paus e pequenas barracas de zinco para paralisar a circulação na EN6, congestionando a via de camiões de carga, de e para o porto da Beira, além de transportes públicos de passageiros em reivindicação ao que consideram de “destruição da sua sobrevivência”.
“Nós não vamos sair daqui”, prometeu uma manifestante, que vê a medida do Conselho Municipal de Chimoio como “injusta” para aquela população pobre.
“Vamos comer o que?”, questionou.
Outro vendedor, que apoia a ideia de não deixar o local, sustentou que a paralisação da EN6, “foi a única forma de persuadir” o Governo municipal a “recuar da sua decisão”, que tem consequências danosas na sobrevivência de centenas de famílias.
“O município viu que este lugar ficou limpo e quer vender para outras pessoas ricas e nós pobres para onde vamos?”, indagou uma outra manifestante, acrescentando que as receitas do comércio garantem a cobertura dos custos de alimentação, educação e saúde dos seus filhos.
Os manifestantes chegaram a atear fogo nas barricadas, num local muito próximo a uma estação de abastecimento de combustível, mas a população circunvizinha e camionistas de cisternas, que estavam no congestionamento, evitaram o alastramento das chamas.
O conglomerado de barracas fica nas bermas da EN6, numa zona de acidentes na Soalpo, um bairro densamente habitado, o que justificou a acção do Governo municipal de Chimoio.
“Iniciamos a sensibilizar os vendedores a saírem desde o mês de Junho, e alocamos novos terrenos numa outra área”, explicou Ferro Maduco, vereador para mercados e feiras, afiançado que “as negociações decorreram até fim de semana” e “hoje decidimos remover as barracas”.
Contudo, sustentou que a medida será irreversível, devendo os vendedores irem ocupar o novo espaço a si realocado, mas a medida não acolhe satisfação por parte dos vendedores, que prometem continuar a exigir os seus direitos.
A estrada reabriu após uma intervenção da Policia antimotim, que foi chamada para dispersar os manifestantes.