O candidato da Renamo às eleições presidenciais de Outubro só será conhecido em Abril próximo quando se realizar a sessão do Conselho Nacional, decidiu a Comissão Política do partido.
A decisão é vista por analistas políticos como meio caminho andado para a pacificação no seio da Renamo abalado recentmente por desafios à atual liderança.
A Comissão Política da Renamo esteve reunida todo o dia de quinta-feira e o porta-voz do partido, José Manteigas, disse que as questões da liderança partidária e do candidato às presidenciais de Outubro próximo estiveram em cima da mesa, mas será na sessão do Conselho Nacional, que de forma mais objectiva e concreta serão traçados os programas de acção para o ciclo eleitoral que se avizinha.
‘’Eu penso que a liderança da Renamo está atenta aos problemas do partido, e a convocação da sessão do Conselho Nacional é uma forma de solucioná-los, a bem do partido, que todos nós queremos que continue a ser muito forte’’, disse o analista político, Lucas Ubisse.
A mesma opinião tem o analista político Ivan Mausse, para quem, a marcação da reunião do Conselho Nacional é uma saída para se encontrar algum tipo de pacificação dentro da Renamo, tendo em conta a pressão que está a ser exercida sobre a liderança do partido que está fora do seu mandato, para que convoque o congresso.
Mausse avançou que ‘’esta é uma espécie de resposta que está a ser feita dentro da própria Renamo, e estando o país num ano eleitoral em que a continuidade de Ossufo Momade está a ser contestada no seio do partido, é importante que a Renamo encontre formas de se ultrapassar esta crise’’.
Entretanto, Venâncio Mondlane reitera a posição de concorrer às presidenciais pela Renamo, mas estranha situações que se passam com ele, nomeadamente o facto de ter sido a Secretária-Geral do partido, Clementina Bomba a afastá-lo do cargo de Relator da bancada parlamentar, para além de muito recentemente, ter deixado de ser assessor político de Ossufo Momade..
Contudo, Margarida Baltazar, socióloga e membro da Renamo, diz que Venâncio Mondlane pode estar a correr mais do que as suas pernas permitem, porque, " não basta arrastar multidões para as marchas para se considerar um grande líder político"
Baltazar não acredita que sem apoio da liderança da Renamo, Venâncio Mondlane vença as eleições.