Renamo realiza manifestação nacional na terça-feira contra "fraude eleitoral", Momade

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Ossufo Momade (centro), presidente da Renamo, em comício, Moçambique, 30 seetembro 2023

Ossufo Momade reiterou que a Renamo “venceu” as eleições em nova autárquicas, revelou que o seu partido deu “evidências que nós ganhamos" e quer um pronunciamento da comunidade internacional

O principal partido da oposição em Moçambique, Renamo, vai realizar manifestações nacionais a partir da terça-feira, 17, em protesto contra o que chama de fraude nas eleições autárquicas de 11 de outubro que diz ter ganho.

A Frelimo, partido no poder a nível nacional, ainda não se pronunciou sobre os resultados.

"É através das manifestações. Afinal de contas pensam que a única alternativa que a Renamo tem que usar é a arma", afirmou Ossufo Momade em conferência de imprensa neste domingo, 15, em Maputo, depois de uma reunião extraordinária alargada da Comissão Política Nacional do partido.

Ele reiterou que o que quer “é uma manifestação nacional, não é a guerra, porque “temos que respeitar que o povo moçambicano está cansado das guerras".

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Momade voltou a dizer que a Renamo “venceu” as eleições autárquicas em novo municípios, revelou que o seu partido deu “evidências que nós ganhamos" e advertiu que se “os tribunais não vão fazer o seu papel, não é por falta de reclamação".

“Ganhámos na cidade de Nampula, na autarquia de Quelimane, em Vilankulo, Angoche, Nacala-a-Porto, Ilha de Moçambique, Matola, Marracuene e Cidade de Maputo”, garantiu Momade, sublinhando que “aqueles editais e actas que nós temos são documentos válidos".

Momade quer posicionamento da CNE e da comunidade internacional

O líder da oposição afirmou ainda que vai exigir à Comissão Nacional de Eleições (CNE) "um esclarecimento público sobre os vários ilícitos cometidos perante o seu olhar impávido e sereno" e prometeu "responsabilizar os órgãos eleitorais pela má gestão e condução do processo eleitoral", além de "requerer uma auditoria sobre a proveniência e a autoria dos boletins paralelos usados e vencimento das urnas".

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Ossufo Momade também apontou para a comunidade internacional da qual espera um posicionamento.

"Queremos que a comunidade internacional apareça a dizer algo sobre o comportamento do partido Frelimo. Não pode existir uma democracia para a Europa e outra para Moçambique", disse o líder da Renamo, que ainda apelou à sociedade civil e confissões religiosas "para agirem, corajosa e urgentemente de modo a travar esta manipulação de resultados eleitorais".

Frelimo "limpa" a mesa

Até agora, nos 65 municípios do país, as comissões distritais e provinciais divulgaram resultados em 46 deles, tendo a Frelimo, partido no poder a nível central, ganho em 45 e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) apenas na Beira, província de Sofala.

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A Renamo, até agora, perdeu os municípios que governava como Nampula, na província de mesmo nome, Quelimane, na Zambézia, e Chiúre, em Cabo Delgado.

A Frelimo também ficou com a capital Maputo, embora a Renamo tenha apresentado uma contagem paralela que lhe deu a vitória, bem como Matola.

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O partido liderado por Filipe Nyusi ainda não se pronunciou sobre esses resultados, mas os seus dirigentes e militantes festejaram em várias cidades.

Dirigentes e militantes da Renamo também têm feito protestos contra os resultados.

O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) tem até o dia 26 para apresentar os resultados definitivos das sextas eleições autárquicas.