De olho nas eleições autárquicas de 2023 e gerais de 2024 em Moçambique, a Renamo equaciona avançar com uma frente unida para fazer frente ao Frelimo, no poder.
Nesta terça-feira, 22, partidos extra-parlamentares atenderam a um convite do partido para discutir os termos da união.
O maior partido da oposição e representantes de pelo menos 10 partidos que actuam fora do Parlamento discutiram essa possibilidade, nas autarquias, províncias e Governo central.
Para já ainda não há qualquer acordo, mas foi criada uma comissão para avaliar os termos de uma eventual frente comum.
"Não saíram ainda decisões conclusivas porque esta foi a primeira e vão suceder mais outras reuniões, no entanto, foi criada uma comissão que vai lidar com esta matéria", explicou Albino Forquilha, presidente do Podemos, na qualidade de prorta-voz do encontro.
De acordo com a fonte, neste momento há um entendimento da maioria dos partidos presentes da necessidade de se avançar com uma união de sinergias entre a oposição e a sociedade civil, de modo a criar uma alternativa para alternância governativa no país.
"Vamos avançar com a harmonização das ideias existentes para que algum dia se possa dizer que sim, já podemos avançar com o objectivo", concluiu Forquilha.
José Manteigas, porta-voz da Renamo, afirmou, por seu lado, que o partido está receptivo à coligação, não por uma incapacidade de vencer as eleições sozinha, mas porque entende que o país precisa de todos para poder avançar.
"A Renamo ainda não chegou ao poder, não porque não quer, mas por causa da fraude eleitoral que todos nós sabemos que este é o cancro que mina a nossa democracia", referiu Manteigas.
Recorde-se que em 1999 a Renamo avançou com uma coligação, então designada Renamo-União Eleitoral, que viria a ser desfeita depois de apenas um ciclo eleitoral.