O maior partido da oposição moçambicana, Renamo, submeteu, nesta quarta-feira, 26, a candidatura de Ossufo Momade para as eleições presidenciais de Outubro próximo.
Contrariamente ao anunciado, Ossufo Momade não se fez ao Conselho Constitucional para o acto de submissão da candidatura.
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Nas últimas semanas, Momade tem sido contestado por elementos que se apresentam como integrantes da ala armada do partido. Especula-se que esteja sitiado na serra da Gorongosa.
André Magibire, o secretário-geral da Renamo, disse que a ausência de Momade está associada ao processo de paz definitiva em Moçambique.
"O Presidente Ossufo Momade neste momento está na Gorongosa. Está a fazer o acompanhamento do diálogo em relação aos assuntos militares a partir da Gorongosa. Está a dirigir o partido a partir da Gorongosa e logo que as condições estiverem criadas virá a Maputo", disse André Magibire.
Ossufo Momade é o terceiro candidato inscrito às eleições presidenciais, depois de Filipe Nyusi, da Frelimo; e Daviz Simango, do MDM.
Crispação na Beira
A entrega da candidatura da Renamo acontece numa altura em que, na cidade da Beira, membros do partido digladiam-se por uma residência protocolar destinada ao delegado provincial.
A família do antigo delegado político, Albano Bulaunde, alega que a tentativa de despejo efectuada por dez homens armados deve-se ao facto de ter apoiado Elias Dhlakama.
"Se a Renamo está a fazer confusão é porque ele (meu pai) apoiou o Elias Dhlakama, não Issufo Momade. Épor isso que está a ser expulso. O que sei é que meu pai trabalha na Renamo. Estão a vir dez pessoas tirarem-nos da casa, estão a ver que vergonha é?", desabafou uma filha de Bulaunde.
Em relação a este ambiente de crispação no seio da Renamo, Magibire disse que o partido está concentrado na assinatura do acordo de paz.
Se dependesse de nós, em relação ao Acordo Geral de Paz, mesmo hoje poderíamos assinarAndré Magibire
Ele disse que "o Grupo de DDR (desmobilização, desarmamento é reintegração) está a trabalhar, rodou todas províncias, a fazer a identificação das bases da Renamo e também a identificar os possíveis locais para que se faça campos de acantonamento”.
“Se dependesse de nós, em relação ao acordo geral de Paz, mesmo hoje poderíamos assinar" afiançou André Magibire.