A Renamo, segundo maior Partido em Moçambique, diz que a exclusão e a intolerância política estão a minar a democracia no país, porque, alega, são situações que resultam de instruções claras da mais alta liderança da Frelimo, para criar constrangimentos e embaraços à oposição.
Alegadas situações de exclusão e intolerância política foram denunciadas no Parlamento pelo chefe da bancada da Renamo, Viana Magalhães, e reiteradas à VOA pelo porta-voz do partido, José Manteigas, sublinhando que estas preocupações têm sido colocadas pelo presidente do Partido, Ossufo Momade, nos seus encontros privados com o Chefe Estado, Filipe Nyusi.
"Mas o Partido Frelimo nada faz para corrigir isso, e a conclusão que a Renamo tira é que são situações da mais alta liderança da Frelimo para embaraçar a oposição", acusou Manteigas, para quem é inaceitável que isso aconteça com Ossufo Momade, membro do Conselho de Estado e líder do segundo maior partido político em Moçambique.
Manteigas referiu serem situações recorrentes "e de forma muito abusiva, porque a Frelimo dá ordens aos administradores e a presidentes dos conselhos municipais, para tudo fazerem no sentido de impedir o acesso a unidades hoteleiras, e isto é o cúmulo da intolerância política".
Veja Também Oposição moçambicana critica "insensibilidade do governo" na causa da Ucrânia"Isso aconteceu em Mandimba, na província do Niassa e em Maganja da Costa, na província da Zambézia, durante o recente périplo do presidente Ossufo Momade pelas zonas norte e centro, onde os administradores distritais e os edis, instruiram todos os agentes económicos para não receberem a sua comitiva, incluíndo ele próprio; foi uma situação inaceitável", realçou o porta-voz da Renamo.
José Manteigas sublinhou que "isso é matar a democracia, é uma clara demonstração de que a Frelimo não quer convivência plural e está a regressar ao monopartidarismo em Moçambique; foi por causa disso que surgiu a guerra dos 16 anos".
Uma fonte da Frelimo negou que haja instruções para criar constrangimentos à oposição, afirmando que denúncias feitas pela Renamo têm sido devidamente investigadas pelas autoridades competentes.
Mesmo asim, o bispo de Chimoio, Dom Carlos Nunes, considera que situações de exclusão reportadas pela oposição, mostram que o processo de partilha de espaços comuns e de convívio entre os moçambicanos ainda tem muitas lacunas.