A Renamo desclassificou e minimizou as declarações de Mariano Nhungue, um coronel-general que, em alegado nome das milícias daquele partido, contestou ontem a liderança de Ossudo Momade e anunciou a convocação de uma reunião dos militares para eleger um novo presidente.
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Em conferência de imprensa nesta quinta-feira, 13, em Maputo, o porta-voz do partido, José Mateigas disse tratar-se de discurso de um desertor isolado.
"A pessoa que foi vista ontem desertou das forças da Renamo, talvez é isso que os moçambicanos não sabem, e de forma unilateral fez aquele pronunciamento", disse Manteigas.
Sobre a contestação à liderança de Ossufo Momade, o porta-voz garantiu haver união em torno do presidente, expressa em Congresso, onde obteve "mais de 65% de votos".
"As forças da Renamo têm um comando, um comandante-em-chefe, um chefe de Estado-Maior general, que estão junto com o presidente no quartel da Gorongosa", afirmou o porta-voz.
Manteigas desclassificou também as acusações de ocorrência de execuções de alguns oficiais da Renamo, a mando de Ossudo Momade, atribuindo aos denunciantes a responsabilidade de provar.
"O ónus é do acusador", concluiu.
O jurista e activista dos direitos humanos, Francisco de Assis, considera normal a actual onda de contestação, num processo de mudança de liderança, mas admitiu ser um desafio para o partido.
Para este activista, o mais preocupante são as acusações de execuções na base da Gorongosa, que devem merecer uma averiguação.