O Presidente de Moçambique Filipe Nyusi respondeu nesta quarta-feira, 26, ao desafio feito ontem pela Renamo para que apresentasse uma agenda para o encontro entre ele e Afonso Dhlakama.
O principal partido da oposição está a discutir uma posição a tomar, mas o seu porta-voz António Muchanga aponta para incongruências na proposta do Presidente da República.
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A nota de Nyusi indica dois pontos na agenda: reflexão sobre o cumprimento do acordo de cessação das hostilidades e avaliação das conversações.
A nova proposta surge depois de ontem a Renamo ter dito que não iria a nenhum encontro sem uma agenda própria.
O porta-voz do partido António Muchanga estranha, no entanto, que o Governo queira analisar o cumprimento do acordo de cessação de hostilidades "quando foi o Executivo que deu por fim a missão da força de fiscalização, o Emochim, há três meses".
António Muchanga recusa que o seu partido queira chegar à mesa de negociações em posição de força e que existam pressões para que a Renamo aceite falar com o Presidente.
"Quem está preocupado agora é a Frelimo que convocou a reunião porque a Renamo vai avançar com a ideia de governar as províncias onde ganhou nas eleições gerais de 2014", respondeu Muchanga, adiantando que "a decisão será tomada na melhor altura pelas estruturas do partido"..
O porta-voz do partido liderada por Dhlakama confirmou à VOA que o quartel-geral da Renamo vai ficar instalada em Morrumbala, perto da fronteira com o Malawi por servir melhor os interesses actuais, sem explicar quais.
"Não tem nada a ver com a fronteira, mas por servir melhor os interesses do partido, além de ser o segundo maior distrito a nível eleitoral do país", conclui Muchanga.
A direcção da Renamo deve pronunciar-se a qualquer momento sobre a agenda proposta pelo Presidente Filipe Nyusi.