Analistas dizem que a remodelação governamental efectuada pelo presidente da República, Filipe Nyusi, faltando cerca de dois anos para o fim do mandato, mostra que algo não estava a andar bem ao nível do executivo.
"Este é um sinal inequívoco de que algo não estava a dar certo no governo do presidente Filipe Nyusi", diz o analista Tomás Rondinho, sublinhando que, nalguns casos, esta remodelação peca por ser tardia.
Contudo, o analista afirma que com a saída de Oldemiro Baloi do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, "esperava que fosse nomeada uma outra figura e não José Pacheco".
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"Não vejo com bons olhos a figura de José Pacheco no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, porque a sua imagem a nível internacional não é pura," destaca Rondinho.
Para o analista Lucas Ubisse, a mudança era esperada, uma vez que o XI congresso da Frelimo reforçou o capital político de Filipe Nyusi.
"O presidente tinha que colocar no executivo pessoas que lhe são próximas, já que na formação do seu governo, após as eleições de 2014, o presidente Guebuza tinha ainda muita influência no partido,” diz Ubisse.
Mas há quem discorde deste ponto de vista, argumentando que José Pacheco, hoje tido como o decano dos ministros.
"O Presidente Nyusi sabe porque escolheu José Pacheco para os Negócios Estrangeiros e Cooperação", diz o analista Vítor Francisco.
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Refira-se que Filipe Nyusi conferiu posse esta quinta-feira, 14, aos ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Recursos Minerais e Energia e da Agricultura e Segurança Alimentar.
Ainda não foi indicado o ministro da Indústria e Comércio.