Relações Moçambique-África do Sul tensas por causa de cobrança fronteiriça

Oficiais da migração da África do Sul exigem a apresentação do equivalente a 200 ou 300 dólares em dinheiro como garantia de alimentação e alojamento do viajante .

Sul-africanos e moçambicanos não se entendem na fronteira de Lebombo/Ressano Garcia. Tudo passa pelas novas exigências das autoridades sul-africanas envolvendo apresentação de garantias financeiras aos viajantes moçambicanos.

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Relações Moçambique-África do Sul tensas por causa de cobrança fronteiriça 3:30

Oficiais da migração da África do Sul exigem a apresentação do equivalente a 200 ou 300 dólares em dinheiro físico como garantia de alimentação e alojamento do viajante no destino.

Os viajantes têm medo que exibindo dinheiro físico em público podem correr risco de serem assaltados por oportunistas, tanto mais que a África do Sul é conhecida por ser um País violento.

Para as autoridades moçambicanas, a medida introduzida no final do dia de ontem é desconhecida e sem fundamento nas relações entre os dois países, segundo afirma o Director Nacional da Migração, Armando Fietines.

Penso que não tem base. Compulsamos a legislação sul-africana e não encontramos a base desta actuação – garantiu o Director Nacional da Migração

Armando Fietines reconhece que o processo de circulação de pessoas e bens entre os dois países está ameaçada.

A população da fronteira de Ressano Garcia retaliou, colocando barricadas na estrada para impedir a entrada de sul-africanos no território moçambicano.

A medida de retaliação embaraça o governo moçambicano que procura solução diplomática e amigável para o mal-entendido instalado.

Armando Fietines lançou apelo “apelamos a população para estar calma e confiar no governo. Vamos resolver o problema com os nossos irmãos sul-africanos”.

Entretanto, a reacção popular produziu resultados. Quase no final da tarde a medida ad-hoc dos sul-africanos foi suspensa.

Os sul-africanos têm estado a mostrar sinais de menos amigos com os seus vizinhos, devido à pressão interna provocada pelo aumento da falta de emprego para jovens.

Há cerca de dois meses decidiram impedir a entrada para África do Sul de todos os portadores de passaportes não-biométricos.

A atitude dos sul-africanos enfureceu os moçambicanos, tendo-se chegado à conclusão de que tinha havido excesso de zelo, porque a medida de banimento de passaportes não-biométricos só entra em vigor a partir de Novembro do próximo ano, segundo orientações da Organização Internacional de Aviação Civil.