Reféns do Hamas e prisioneiros em Israel libertados

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Carro da Cruz Vermelha Internacional transporte reféns libertados pelo Hamas, 24 novembro 2023

Horas depois do início do cessar-fogo foram libertados 13 israelitas, 10 tailandeses, 1 filipino e 39 palestinianos

É o dia pelo qual muitas familias aguardaram. Treze israelitas, mulheres e crianças, mantidos como reféns pelo Hamas foram entregues ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) no Egito pelo grupo radical Hamas, através do posto fronteiriço de Rafah.

Os reféns encontram-se já em Israel, onde vão encontrar-se com a familia e receber o apoio médico necessário.

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Para além das mulheres e crianças israelitas, o Hamas libertou 10 cidadãos tailandeses e um filipino que também tinham sido feito reféns, segundo o Governo do Qatar.

Por seu lado, o Governo de Telavive libertou 39 prisioneiros palestinianos, mulheres e crianças, dos centros de detenção de Damoun, Megiddo e Ofer.

"As equipas do Comité Internacional da Cruz Vermelha iniciaram na sexta-feira uma operação de vários dias para facilitar a libertação e a transferência de reféns detidos em Gaza e de detidos palestinianos para a Cisjordânia. A operação incluirá a entrega de assistência humanitária adicional e muito necessária em Gaza", afirmou o CICV num comunicado.

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Cerca de 150 camiões de combustível e de ajuda humanitária entraram no sul de Gaza nesta sexta-feira, 24, quando estava a ser implementada uma troca de reféns e de prisioneiros entre Israel e o Hamas. As autoridades egípcias declararam que quatro camiões carregados de gás para cozinhar e 130.000 litros de gasóleo serão autorizados a entrar em Gaza em cada um dos dias da trégua, juntamente com alimentos e medicamentos. Antes do início da guerra entre Israel e o Hamas, entravam diariamente no território palestiniano cerca de 500 camiões.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, disse aos jornalistas, durante uma visita ao posto fronteiriço de Rafah, no Egito, que a União Europeia espera conseguir providenciar mais ajuda a Gaza relativamente àquela que entra atualmente na região.

"Reitero também o direito de Israel a defender-se, mas deve fazê-lo dentro dos parâmetros e limitações impostos pelo direito humanitário internacional, o que não é o caso. A morte indiscriminada de civis inocentes, incluindo milhares de rapazes e raparigas, é completamente inaceitável. A violência só conduzirá a mais violência", afirmou Sanchez.

Os restantes reféns serão libertados nos próximos dias até que se alcancem os 50 negociados entre as várias partes.

O Hamas confirmou no seu canal Telegram que os ataques das suas forças vão também parar.

"Todos esperamos que esta trégua conduza a uma oportunidade de iniciar um trabalho mais alargado para alcançar uma trégua permanente", disse Majed Al-Ansari, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar.

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Netanyahu: Qualquer acordo que liberte reféns é o resultado da pressão militar sobre o Hamas

As tréguas de quatro dias entre Israel e o Hamas entraram em vigor às 7 horas locais (5h00 GMT).

Tanto Israel como o Hamas afirmaram que voltarão a combater após o fim do cessar-fogo.

O Governo de Telavive disse que a paragem de quatro dias nos combates seria prolongada por mais um dia por cada 10 reféns adicionais libertados pelo Hamas.

O porta-voz do Qatar afirmou que Doha espera mediar outro acordo para libertar mais reféns de Gaza até ao quarto dia da trégua.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha reiterou que pode ajudar em qualquer libertação.

O acordo resulta de várias semanas de negociações entre o Qatar, o Egipto, Estados Unidos, Israel e o Hamas.