O número de cidadãos da República Democrática do Congo (RDC) que procuram refúgio na província angolana da Lunda Norte aumentou para 18 mil nos últimos dias.
A confirmação foi avançada à VOA pelo governador Ernesto Muangala, admitindo que “até o fim do dia podemos chegar aos 19 mil”.
Muangala reconhece estar muito preocupado com a situação porque “é muito variável”.
“Pensamos que há necessidade de um maior envolvimento não só político, não só militar, mas também diplomático para que, quanto mais cedo se resolva esse problema, melhor ainda para nós os angolanos”, defendeu o governador.
No fim de semana, mais de 1600 congoleses foram resgatados num posto fronteiriço do Tende, no Marco 13, município do Lóvua.
“Muitos chegam feridos, com queimaduras de segundo terceiro graus, as crianças estão desnutridas”, disse Ernesto Muangala.
Uma das refugiadas, de nome Nema, fugiu com três filhos, mas deixou outros e o marido para trás".
“Estão a mandar-nos a nós, os balubas, sairmos da terra deles com catanas, facas, matam a todos que encontram”, contou Nema.
Os refugiados estão a receber apoio do Governo angolano, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e dos Médicos Sem Fronteiras.