O Instituto de Comunicação Social da África Austral de Moçambique (MISA Moçambique) criou uma rede de 13 advogados para a defesa da liberdade de imprensa e dos direitos humanos no país.
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Os jornalistas saúdam a iniciativa, numa altura em que tendem a aumentar os casos de perseguição e ameaças a profissionais da comunicação social.
A iniciativa acontece quando o país está em plena campanha eleitoral.
Os advogados estão baseados em todas as capitais provinciais para defender jornalistas e cidadãos que sejam vítimas de perseguição, ameaças, agressão ou outro tipo de violação decorrente do exercício da sua liberdade de informar ou de expressão.
O jornalista Alexandre Chiure diz que "em Moçambique, o jornalista lida com assuntos quentes, mas está completamente desprotegido", pelo que a iniciativa do MISA "é bem-vinda".
Ele lembra que foi o MISA que contratou o advogado dos jornalistas Amade Abubacar e Germano Adriano, detidos no início do ano na província nortenha de Cabo Delgado.
Para Alexandre Chiure, estes foram os casos mais mediatizados, mas há outros, "que não tendo sido detidos, os jornalistas foram impedidos de realizar o seu trabalho".
Entretanto, Chiure lamenta situações de violência que têm estado a ocorrer em Moçambique, sobretudo em períodos eleitorais, constituindo uma violação dos direitos humanos.
"As campanhas eleitorais, em vez de serem momentos de festa ou jornadas políticas de caça ao voto, em alguns casos, transforma-se em cenas de violência. Em 26 dias de campanha eleitoral, já morreram 34 pessoas, isso é assustador",disse o jornalista.