O Governo de Maputo deve intensificar a luta contra a corrupção e reforçar os mecanismos de prestação de contas para poder recuperar a confiança dos parceiros internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que suspenderam o apoio ao Orçamento do Estado, por causa das dívidas ocultas, dizem especialistas.
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O representante do FMI em Moçambique, Alexis Meyer-Cirkel, disse, recentemente, que a organização não sabe quando voltará a financiar o Orçamento do Estado, embora continue a dar ajudas.
Veja Também FMI pede acções contra a corrupção ao Governo moçambicanoContudo, a economista e pesquisadora do Centro de Integridade Pública (CIP), Leila Constantino, diz que as ajudas não compensam, tanto mais que algumas, como as direccionadas à prevenção e combate de Covid-19, vão terminar, embora não se saiba quando.
Constantino diz que o apoio ao Orçamento do estado era algo já garantido, e os projectos eram desenhados tendo em conta o financiamento dos parceiros internacionais, pelo que é preocupante quando o FMI diz que não sabe quando é que retomará essa ajuda.
"Torna-se ainda mais preocupante, porque os fundos se destinavam, principalmente, a questões de despesas de investimento; esses fundos fazem falta ao país, e é por isso que ainda se exige o desfecho do processo das dívidas ocultas", realçou aquela economista.
Veja Também Dívidas Ocultas: Analistas apontam provas indiciárias contra acusados que vão a julgamento em AgostoEntretanto, o sociólogo Francisco Matsinhe, considera que o impacto do corte de financiamento directo ao Orçamento de Estado, praticamente não se faz sentir nos sectores sociais, "porque os sectores de saúde e educação têm assistência a programas dos seus parceiros”.
Para outros analistas, é fundamental que o Governo de Moçambique reforce a luta contra a corrupção e os mecanismos de prestação de contas para que os parceiros voltem a financiar o Orçamento de Estado, que suspenderam na sequência da descoberta das dívidas ocultas.
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